No meio da noite encontro a noiva do tempo, em agonia,
No meio da noite, sob uma insônia, ouvia tu me chamares a sofrer,
No meio da noite sentia as tuas mãos revolver a minha alma com lembranças.
No meio da noite a janela, sob um luar travesso, Vejo a brisa empurar o mar contra as pedras,e a mesma brisa suave embalar os teus cabelos contra o rosto.
Tu vagas a beira do rio,
Tu vagas a beira das horas.
Tu iluminas a escuridão do espaço.
De longe, no meio do nada me limito a te procurar, a caminhar num desejo ardente, a caminhar sentindo os pés dormentes...me sentindo uma ilha, num altar, quando descansar a cabeça em teu colo morno.
Por segundos quase posso sentir a tua boca me alimentar, a tua alma me acender e o teu corpo quente,me deixando com frio, quando a luz da manhã, que vem pelas raizes do dia, enfim se formar.
No meio de tudo acordo os olhos, e no arfã da verdade, procuro encontrar indícios da vida, que a noite fez me acompanhar.
Inútil...
Inútil procurar, pois que a existência, que há, não passa do reflexo de mim mesmo ensandencido de amor.
Não nada ao redor, não há nada.A estas horas, só a saudade caduca, que vem com tanta veemência a me fazer maltratar. |