A LUA
Há várias noites frias, saí,
fitava o firmamento, que ainda
hoje mesmo, tudo me vem ao pensamento.
O piedoso céu, olhava-me gritando sem chorar,
ouvindo o ruído do vento tempestuoso que soprava
em meu coração.
É sobre mim, silenciosa e triste, a lua derramava lágrimas ardentes calcinando à noite.
De repente, um silêncio tristíssimo por tudo se espalhou...
Surgia a plena noite com o apagar da derradeira luz do firmamento.
Mas a lua, nua e muda, lá no alto, continuava escondida detrás das nuvens escuras, amargurando um amor não correspondido...
Sussurrava por um beijo sem fim, que durasse à noite inteira, na esperança que o dia chegasse.
É que a pobre lua nunca beijou...
Então eu pensei: explêndido! abrasador!
E que na escuridão da noite eu não me sinta mas só e que a treva imediatamente suceda a luz.
Por que são nas noites frias que os amores se dão, e loucamente se entregam as paixões, deixando a lua em sofreguidão.
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