LUA VESPERTINA
Por: Edson Campolina
De traz da montanha tu sai
Vagarosa, sorrateira.
A exibir-se aos felizardos, tristonhos
E angustiados.
Fascinante e inebriante, tua luz.
O céu já se fazia cinza
Por sobre o vermelho.
Suspensa no firmamento,
Como um pêndulo sem corda,
Hipnotizava nossos olhares.
Pássaros à sua frente em festa,
Naquele entardecer de inverno,
Tu provocaste o ressurgir
Da melancolia dos solitários,
Da saudade dos amantes,
Da empolgante alegria dos apaixonados.
Das sacadas, ruas, bares e castelos,
Por crianças, moças, moços e velhos...
Admirada, desnudou-se com alvura.
Naquela passividade vespertina, preparou,
A muda testemunha da madrugada
A registrar nossa paixão, desilusão e loucura.
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