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Erotico-->BUSHETA ZERO -- 03/06/2003 - 06:27 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pois é, já está batizado o mais novo projeto do governo Bush, que promete incentivos a entidades que promovam a abstinência sexual nos EUA.

Esses incentivos, convenhamos, só não vão poder ser recebidos de pernas abertas (hehehehehe amarelo).

Nos meus tempos de seminarista católico, alguns padres tentavam controlar até as nossas possibilidades de ter sonhos eróticos. Se acontecesse normalmente, tudo bem. Era da idade, etc. e tal. Era botar o lençol pra lavar, o pijama, a cueca, e boa. Mas não sem antes passar por aquele vexame de praxe, ter que atravessar um dormitório comum povoado por pirralhos chulerentos e prepúcios forrados de esmegma. Mas ai dos que ficassem matutando (eu disse matutando) antes de dormir, arquitetando (eu disse arquitetando) coisas para sonhar molhado (tradução direta do original americano) nos braços do sacana do Morfeu.

Durante a missa da manhã, o diretor espiritual fazia plantão entre treliças, para a eventualidade de salvar do fogaréu eterno mais um pecador bastante sem-vergonha. E a galera ficava de olho. Quem para lá se dirigisse, estava claríssimo, só podia ter caído, como se dizia. Hoje se diz: só podia ter feito justiça com as próprias mãos.

O duro mesmo (ops!) é quando o garoto confessa, cheio de dedos, que fez coisa feia - aconteceu com um amigo que há tempos eu não vejo - e o padre (sim, o padre) sapeca (vale como adjetivo para o padre também): Com quem?

Quem fosse para o confessionário antecipava, por assim dizer, o inferno na terra. Alguém já dissera e não sabíamos que dissera, mas já sabíamos que assim era: O inferno são os outros. Não fosse, e comungasse com a alma e tudo o mais manchado pela nódoa deletéria do prazer solitário ou do sonho fabricado, cairia direto então no garfo do demônio, na fornalha fumegante da contracapa da revista Família Cristã, que nos intimidava com Dante e companhia bela.

Bem, se o BUSHETA ZERO precisar de bibliografia especializada, sugiro "Águas Cristalinas", do Monsenhor Thiamer Toth (estou chutando esses "th"). Ali a coisa é tão regulada, que eu duvido que alguém consiga uma ereção, ainda que das mais molengas. Outra leitura danada de boa: "O diário de Dany". Na versão feminina: "O diário de Ana Maria" (lembra uma poeta que eu não leio). Depois, se for o caso, podem passar para algo mais avançado, algum livro do Padre João Mohanna (suponho que a grafia seja essa).

No tempo em que até os nossos sonhos eróticos eram policiados, em que nos atirávamos ávidos pra cima dessas páginas tão pouco compesadoras, havia uma dúvida seriíssima, capaz de provocar debates acaloradíssimos e intermináveis, se uma moça virgem podia ou não engravidar nadando numa piscina.

Um bom tema para os tempos que virão. Se o BUSHETA ZERO atingir os seus resultados, a exemplo das campanhas no Iraque e no Afeganistão, e, mesmo assim, algum renitente insistir em nos aparecer contaminado pela Aids.

O Papa, que é o Papa e é pop, ao perguntar se renunciariam ao sexo, levou um sonoro não do Estádio de Santiago do Chile inteirinho lotado de jovens católicos. Neguinho não é fácil, não.

Sobre o livro "SEXO", de André Sant Anna, o Manuel Costa Pinto (é o sobrenome dele, não tenho culpa), articulista da Folha, citou um dia desses uma definição certeira: é muito andaime e pouca argamassa. Mas isso já não é mais assunto para uma secção de eróticos que se preze. Protesto.
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