Auroras
© Lílian Maial
Deixei meus medos a dobrar esquinas,
fugi sozinha, por entre segredos,
fui descobrir os dons da minha sina,
com inverdades e com arremedos.
Deixei de ouvir os sons da madrugada,
busquei no dia a certeza e o talvez,
vivi nas noites toda a alvorada,
brinquei de sonho em meio à insensatez.
Por onde anda agora a minha vida,
que de tão nula, embora tão carpida,
perde o endereço e não sabe onde mora?
Se nos sonetos busco a minha cura,.
encontro, enfim, o fim dessa procura,
tu, rouxinol, devolves minha aurora.
************
|