Soneto Malcriado ( para Nathan de Castro )
© Lílian Maial
Quem zomba dos teus versos é doente,
da falta de poesia, ou de carinho.
Se escreves sobre o mundo incoerente,
não cabe a lucidez pelo caminho.
Quem zomba do romance é, sim, demente,
perdido em labirintos, que espezinho.
Nos versos, a saída, certamente,
é a porta, e eu não sigo mais sozinho.
Não venham me falar de pieguismo,
nem venham desdenhar dos doces versos,
que encontram, no meu peito, o seu lugar.
Se querem poesia sem lirismo,
palavras sem beleza, tons dispersos,
procurem outro poeta pra rimar.
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