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Poesias-->de o livro digital de chankecham -- 28/04/2004 - 19:12 (Francisco Barros Cascalhar) |
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Fantasia-00
Era aquel o jardim dos deseos,
oh meu bem !Eu ao instante o reconhecì.
Alì estavas ti a minha espera,deusa do amor feliz.
Abraçamo-nos com ternura e aos teus labios um
ardente beixo ofereci.Feliz meus olhos te admiravam
a sorrir para mim.Logo fomos a passear polo ditosa e
florido jardim.Andive-mos por todos os recantos de
pomposas cores enfeitados atè quo tu,tâo delicada,
me convidas-te a descansar e sentamos a sombra da
àrvore dos dias felices.Entâo encostas-te o teu rosto
contra o meu e o lòbulo da tua orelha mordisquei.
Logo oh dita! Atopei teus encendidos làbios e com
ternura seu calor suguei,mentras,ditosos os dous,
com o bico dum teu seio tentador,meus dedos
andavam a brincar.Tu ditosa,suspiravas,como
querendo acompanhar a celestial melodia que
um coro de anjos para nôs estava a interpretar.
Eu,com a fragància dos aromas que as flores
espargiam por todo o jardim, apoderando-se
de ti e de mim,ensonei e como nunca nesta
vida adormeci.Quando despertei,estavas tâo
feliz que imaginei terte nos meus braços
e que como por enconto,bem agarrada
a mim,para o Cèo dos bem-aventurados
com tigo partì.
CHANKECHAM
De viagem polo mundo dos sonhos
Santiago de compostela
13/11/2001
Fantasia-I-
Jà desencantado da vida dei por
aferrar-me a umha iluçâo.Eres ti, encantadora
criatura,a meta feliz de tantos anelos derradeiros,
refùgio das minhnas esperanças rescem nascidas.
Ati è que devo este àlito de nova vida ansiada,
desejando-te como um ceguinho que as apalpadas
vai descobrindo um mundo novo de felicidade.Jà tenho
em ti essa covisada brisa que como bàlsamo refresca
as flores que estâo a brotar no jardim dos recordos.
Sim preciosa promesa de dias felices e de sublime goce,
fada bem feitora,engendrada polo suspiro apaixonado do
nàufrago sedento que ao fim atopou manantial cristalino.
Nâo tem dùvida que ati pertenço e que ardo em desejos
de entrar no teu seio para que me retenhas como teu
mais preciado tesouro.Sò assim poderei continuar
adorandote como a umha deusa que a mim
se apareceu e fez seu ninho
no meu coraçâo.
CHANKECHAM
Santiago de Compostela-
1/11/2001
Fantasia-II
Tâo intenso era o brilho de aquela estrela,
que me cegou e este corpo cansado nâo teve
outra alternativa que pousar em lugar desconhecido,
sem nome visivel,nem corpo palpavel.
Ali tinha moitas e inusitadas formas de vida,tantas
que desconcertado entrei num bazar donde se
ofereciam em corpo e alma bonecas sedutoras para
todos os gostos.Olhei tanto e quanto um curioso
em pais exòtico costuma fazer,e reparei numha
que sô tinha o teu nome,nâo tinha rosto nem corpo,
digamos que era invissivel e que com ela fiquei.
As outras tâo belas e sedutoras nâo me atraiam.
Foi o teu embrujo quem me seduciu,cree-me.
Oh bela sem rosto!proba disso è que quando
te toquei meu corpo se excitou atal ponto que
senti teus labios nos meus a sugar meu alento
e quando meus dentes tocarom com ternura
o pòmulo da tua caprichosa orelha, escutei
extasiado o bruar dum mar enfurecido pola
paixâo.Foi entâo quando reparei que tinha
nos meus braços a mulher dos meus sonhos.
Tanto assim,que continuei, por aquel
corpo invisivel a lamber e sugar como
se fora um sorvete e vai que topo jà
com aqueles mamilos de sabor de limâo.
Nao quero continuar o meu recorrido
por que apòs o umbigo venhem outras
cousas donde montes e mares se
confunden e eu sô estou de viagem
por este maravilhoso mundo dos sonhos.
Agora, despois de tanto prazer bou
descansar.Amanhà quen sabe se nâo
me confundirei e quiças que nâo te
atope pois es invisivel,mas polo aroma
que tua alma deixou em mim,inconfudivel
por certo,nâo me escaparàs,jà que
para mim te quero e se tu me desejas,
que mais se pode pedir??
CHANKECHAM
De viagem polo mundo dos sonhos
Santiago de Compostela
3/11/2001
Fantasia-III
Olà minha adorada Feiticeira.
Gratas novas hoje,te vou a contar.
Acabo de atracar alì meso ,nesse lugar,
no que a graciosa Venus fez seu ninho e
nele achei pousada donde comer e beber
o que quiser e a fartar.Que gostosa comida ,
que molhos e que aroma tâo grato ao paladar.
Um dia destes ei-te de convidar.Dà por certo
que hàs de comer do meu plato e que nunca mais
doutro vas a gostar.Para mim e para os meus
invitados tudo è de graça e nada hà que pagar,e
polo carinho gostoso mas o amor que te dâo e os
extras que no acto te servem,se de entojo estàs,
ou por provar, ainda se desfazem em cumplidos
e com caricias pagam, por o feito de mandar.
Assim è minha graciosa mensageira dos Cèus,
este precioso lugar a donde vim dar,tal que
ainda hoje cansado estou de tanto singrar,
atè o triste ponto de que jà home nâo hà
nem farrapo de gaita tèm pra tocar.
Tal vez se a mìm vieres,nas alas do vento,
arroupada do teu esplendor e donosura
sem par,podia-se dar o milagro de què
como um novo Làzaro viera eu levantar.
Mas tu nâo vens,nâo apareces por nengum
lugar e este velho timonel sôsinho,para ti
a proa da nave quer,mas nâo pode enfiar.
Agora jà, todas sâo nèboas e nubens negras
que me estâo a cercar!Vem a mim.Oh linda
Fada misteriosa!Vem,o meu Cèo clarejar,
que este servidor a gosto teu,nâo meu,
te hà de despachar e quem sabe se nâo
quereràs recuncar!!
CHANKECHAM
De viagem polo mundo dos sonhos
Santiago de Compostela
4/11/2001
Fantasia-IV
Por fim,preciosa,
achei o que procurava.
Eis aquì umha parcela idònea para
cansar corpo com sacha e arado.
Nào tam dùvida que o trabalho ,
fermento da vida è o elixir mais eficaz
para solucionar toda caste de problemas.
Àrdua foi a tarefa,mas com suor e vontade
preparei o terreno e logo semeei a parcela
e coma os antigos,a boleio ,espargi as
estrelas do Cèo.Preciosa minha!
Se souberas o feliz que estou!
Hoje jà recolhi os primeiros frutos
que com tigo quero compartir.
De entre tantas escolhi a mais
irradiante e luminosa,a què como
um talismâo,quando a tenhas entre
as mâos,os teus desejos realidade
se tornarâo.
È sô pemsar em mim,ansiosa de
olhar-me como um Apolo sedutor
e assim em teus braços me teràs,
febril a suspirar mentres te mordo
com ternura um làbio apos o outro.
Se teu anelo for ver-me tranformado
em nimfa sedutora, ao instante no teu
colo estarei seio com seio mentras sugo
teu pescoço,mesmo debaixo da orelha.
Magico fruto este è que te envio,para
que sejas entre todas as belas a mais feliz.
Pois que jà bem sabes,que o meu prazer,
esse que sô è dado desfrutar aos eleitos
dos Deuses, è verte gozar como umha
Deusa rodeada de estrelas para admiraçâo
dos tempos futuros.
CHANKECHAM
De viagem polo mundo dos Sonhos
Santiago de Compostela
4/11/2001
Fantasia-V
Parecia umha ilha mas era umha nuve
tâo bela e acolhedora, que decidi fazer alì
o meu ninho com quatro arbustos e um pouco
de erva seca que serviria de leito.Mas,que digo?
Aquelo era umha nuve tâo macia como um colchâo
feito,de espuma de mar.Pensava instalar-me quado a
minha bem amada viera,mas ei-te que jà ali à minha
espera estava,vestida de Eva, com traje turbador.
Eu, para nâo ser menos,fardei de Adâo luzindo todas
as minhas galas.Para começar o acto, acerquei èla
atè mim e a instalei no meu colo,de jeito que com ternura
e o maximo de delicadeza fui oferecendo todo o meu tesouro
atè encher,sempre suave ,seu covisado peto,o que notei
por sua maravilhosa cara de satisfaçâo.entâo jà
emocionada,começou a mover-se presurosa mas eu
calmei-a falandolhe mole e suave que sosegara,que fora
de vagar,vagarcinho,que as cousas gostosas hà que
rendelas e assim o fez e estivemos a olhar-nos mentras
tenuamente nossos corpos balançavam como umha
barcarola em placido mar.Agora meu bem,disse,
encosta a tua cabeçinha no meu peito e sorrindo
obedeceu,Feliz da vida que se atopava!Voltei a dizer
deija eu fazer,que tenho mais experència,ou nâo?
Bem,o teu gemiar è prenùncio de precipitaçâo.
Dame a sorver teu alento e a sugar teus seios
jà tensos como bico de limâo.Acalma gatinha,
que estamos a sôs e temos todo o tempo do
mundo e sem olhos lascivos a nos espreitar,
Assim com meiguice e quando logo a hora
chegar explodiremos a um tempo,mentres,
degusta os doces aromas de savor a Cèo
e da mùsica celestial que nos oferece o vai
e vem do teu badalar.Agora,aperta,grita,
làia-te,nâo te reprimas que esto è o fim.E
assim explodimos,navegando numha nave
pendurada do Cèo.Logo do climax,veu o
extaxis que me fez lembrar aos incredulos
que sostenhem que o Cèo nâo existe!
CHANKECHAM
De viagem polo mundo dos sonhos.
Santiago de Compostela
5/11/2001
De odas Eterodoxas de chankecham
I
Quando
boto a navegar
polo etèreo mundo da
fantasia o meu pensamento
nâo tèm espaço que se lhe resista
nem imensidâo a que nâo someta.
Atanto alcança ambiçâo!
A mais se atreve ousadia!
Porende quando me atopo
com essa maldita fossa negra
que separa o bem do mal
aì-Oh meu bom Deus-aì
fico quieto parado pois
tenho-lhe medo!
tenho-lhe medo!
II
E desde que uso de razâo tenho
e desde que tantas maravilhas vi
sempre a mim-Oh Deus-fizeste bem
e sempre vos eu moito amei
mas hoje jà dizer nâo posso
que a mim tedes por amigo
pois vejo que amor de mim fugiu
e paz de espìritu jamais atopo
e fraco me acho e devil estou
e como farrapo velho me sinto
ou trasto inutil que para nada serve
por isso-Oh Deus-do amor sem fim
dade-me a morte!
dade-me a morte!
III
Tudo è
nèvoa ou fume
o que me arrodea
e faz que estes olhos meus
sò enxerguem brètomas
que atrancam o meu passo
num vieiro cofuso
que leva a esse lugar
de ningures donde hei
de achar perdiçâo certa
contra bontade e sem querer
ao precipitar-me no abismo
que da Luz me separa
coma um ceguinho!
coma um ceguinho!
IV
Tinhao atado e fechado
na cachola com sete cadeados.
Estava visto que nâo podia sair
jà que eu o queria todo para mim.
E ele vingava-se batendo assanhado
e constantemente neste meucèrebro
como se fosse um vil bate-estacas.
As veces insinuava-outras dizia:
Olha como aquele trepa e este galga
e ti aqui patuxando impàvido
nas feces da inutil esperança.
Assim era aquel maldito sonho.
Sempre a malhar na minha fè
sem piedade!
sem piedade!
V
Se hà flores
e passarinhos
que enfeitam e alegram as
nossas vidas com seus trinos
e a sua beleza sem esperar outra
recompensa que a de estar felices
a desarrolhar umha vida plena.
Poquè nâo hà de haber almas
belas e puras que labourem tâo sô
por erguer um mundo justo e feliz?
Acaso o espirito que move
o basto universo faino por intere?
Se infelizmente estou errado
que Deus me perdoe !
que Deus me perdoe!
VI
Coraçâo
que de esperanças
se alimenta e rumia guloso
como boi velho de sonhos cangado
que vai turrando dumha carcasa
jà oca e comesta polo tempo
sem qualidade nem valor digno
de ponderar segundo costatarom
os portentosos gurùs da tribu
desde o instante em que dei por
teimar em ir indo assim
pola vida a fora
sem curvar-me!
sem curvar-me!
VII
Quis o Cèu
que esta voz estivese
ao lado dos esquecidos e
assim foi e valha por Deus.
Desde aquela acho-me relegado
ao escuro reino das trevas donde
nâo hà palavra que se escute nem
verro que pete nos ouvidos pois
tudo è ermo deserto donde sô
as apalpadas pode caminhar
o espiritu do home a passo
incerto entre sombras que
se movem a rir dum
groseiramente!
groseiramente!
De poemas Eterodoxos de chankecham
XII
Brindemos,
dizem os que esperam
dias felices,erguendo as
taças de perfumado vinho.
Certo è que ao calor dos seus
eflùvios,o homem sente-se
superior e com umhas taças
amais,jà qualquer um alza
o voo como àguia imperial.
Nâo devemos estranhar tal
proceder se nos atemos as
misèrias da èra que nos
tocou viver.Aquì chegamos
porque alguèm nos jogou e
hà nos levar quando quiser
sem jamais saber quem foi.
Por tal nâo è censuràvel que
as veces um faça o parvo pra
ocultar a sua impotència.
XIV
Nâo aspires a
conhecer outro caminho
que nâo seja o da taberna
O labirinto de pedra que dà
embruxo a Compostela,leva
sempre ao mesmo fim:
"A feira dos parvos"
A mais sublime concentraçâo
de gente que crêe cegamente
que là no fundo dum copo
de vinho atopa-se a porta que
leva direitinho ao pais da
"Felicidade"
È enternecedor olhar tantas
almas devotas ao redor da pipa!
Feliz quem lhe è dado apreciar
tais prodìgios mentras là fora
"Chove miudinho"
XXII
No banquete dos
ilustres sô se ouviam
gargalhadas e aplausos.
Nem bem um gerifalte abria
a boca e jà era abafado polas
"ovaçâos"
Era um primor escutar e ver
tanto folgòrio acompanhado
de suculentas viandas,e finos
manjares,tudo bem regado
com caros vinhos e esquisitos
licores.Mentras,là num rincâo
perdido da taberna,eu e mais
outros coma mim,ao calor do
ribero brincalhâo,entoàvamos
um cantar moi baixinho para
nâo molestar a suas senhorias.
XXVII
Houve tempos
em que sonhava dia e
noite com atingir a glòria
de ser um grande poeta.Algo
assim como ter o aplauso do
povo enfervorecido e a vençâo
das bem chamadas èlites cultas.
Que idiota eu era e como facia
"o parvo"
Agora que me conformo com
umhas tacinhas de bom Ribeiro,
ao lado dos amigos a cantar,sem
fazer moito ruido,pode ser que
siga fazendo o parvo,mas polo
menos nâo sou aquele infeliz e
saboreo um vinho que jà os
"Deuses qiuseram para Si"
XXXIX
E grato visitar de
vez em quando os prados
floridos na primavera e
depois dar umha olhadela
as parras e videiras a ponto
de purgar. È deliciosa a vida
do campo! Jà nâo o è tanto
assim a do lavrador que
sua com o sacho numha
mâo e outra no arado.
Para esse sô hà alegria
quando na bodega da casa,
ao lado dos pipotes sàcia a
sede,brinda polos amigos
e logo verte uns chorros ao
pè da cuba pola alma dos
seus difuntinhos
XLIII
Quando eu morra
a poder ser que nâo me
mandem flores nem coroas.
Sô
umha folha de parra como
a do pai Adâo,para ocultar as
minhas vergonhas,serà o
"suficiente"
Para o acompanhamento um
cantar de arrieiro entoado
mui baixinho,como deve de
ser e basta.
O resto jà todos
sabem: Beber em minha
memòria a fartar,cantar
sem muito ruido e que
cunda o exemplo
De Chuva miuda de chankecham
I
Hoje,segunda feira,dia vinte do mes de Abril.
Luns de pàscoa florida,entre nôs assim se fala,
mandei para o meu mal,quem mo ia dizer!
umha carta à um jornal de tantos que tem no pais.
Chankecham,alì escrevì no nosso degradado idioma,
sìmbolo dum povo tâo nobre como vilipendiado,
humilde fabulador,glorioso desconhecido,
oferece a tâo ilustre jornal todos seus livros
Aqui nôm hà titulos nem premios nem prevendas,
aqui sô hà obras para dibulgar,palavras sobram,
entre vìrgulas estampei este aforismo com moito tino.
Pobre poeta que tâo confiado è como pedante,
pensei logo,mentras no buzâo com mâo trèmula
o calvàrio do meu desespero ia servindo!
II
Nem bem passarom vinte-quatro inefàveis horas
e jà ansiedade começa a picar e escozer.
Vil anelo que atè à cova ao poeta acompanha
por esse seu mundo de impertinentes sonhos.
Destino bem triste tem o que de fantasias vive
alimentando-se de iluçâons e falaces esperanças
que o atenazam em tùpida e invisivel rede
feitiço dum falso espelhismo de dita ansiada.
Nâo è em vâo que o louco visionàrio treme
de angustias e quimeras na sua mente fabricadas
pola alucinògena droga da fàtua glòria.
Ansejo que alma e alento vai minando,
esse de querer tocar o vêu luminoso da felicidade
que supoe atingir o fim supremo dum grato acontecer.
III
Nâo tem principio nem fim o desejo de glòria,
ele começa quando bem entende e quer antojo,
se trava acha que o detenha no seu propòsito
essa è dor de coraçâo de infeliz sonhador.
Esperar coisa que afan ardentemente anseia
è como caminhar por àridos desertos sem luz,
vida errante de criatura esquecida da mâo de Deus
que nâo acha lugar donde pousar cansada cabeça.
Eres ti ansiedade tal-qual iluçâo fugitiva
que aos trechos vas pisca que pisca pola estrada
que leca direitinho ao pais das boas novas.
Mas,eis que coraçâo apaixonado que te segue
sô acha trampas que alegre e sem tino espalhas
para que home crèdulo fatal meta ao fim ache!
IV
Pobre alma que a esperar impossiveis se aflixe!
Porquè quem tem fortuna se hà de abaixar
a responder absurdos que ilusâo gera e aborta?
Nâo è destino de alma sonhadora sofrer e calar?
Oh ansiedade que a coraçâo paralisa como vìbora
que sigilosa se arrasta pola selva da indiferença,
jà me encubaste o germem dum desejo insaciàvel
que ao desespero me leva como a vil despojado!
Quanto tempo me resta para sofrer frustaçâos
que a nâo ser paciente hâo me de matar!
Agora que jà a roda do destino gira sem freio,
sô tristeza acompanha a quem dia e noite
pretende achar resposta a inquietudes que o sonho
alimenta com fartura mas nâo sabe digerir!
V
Oh ti que exerces de mensageiro do Cèu,
criatura que o comum dos mortais nâo conhece,
dime:quando este que em ti cego confiou
hà de ser agraciado com novas tâo desejadas?
Nâo è tempo de pretestos ou dilaçâos arrazoar
pois quem resposta espera a suas pretensâos
sô pode,por moito confiado que seja,intuir
que foi da tua mâo vilmente abandonado.
È hora jà de que as mensagens sinceras voem!
Anelos tenho de que sejam gratas e positivas
mas trevas e silèncios sô acho neste triste dia!
Quiças amanhâ umha alvorada de sana alegria
acaricie esta minha alma de ànsias cangada
de jeito com que logo um canto de glòria te faça!
VI
Esperança,essa caprichosa ficçâo da mente
anda a teimar que hoje grata nova me espera
pois,carta no lar com certeza ei de atopar
dando resposta a todos os meus ardentes desejos.
Que ideia em mente sometida ao devaneio
nâo è capaz de soster fè cega no impossivel?
Acaso quem delira se diferença em algo do louco?
Nâo acho dissimilhanças factiveis de ponderar!
No grato discorrer das felices lembranças
o homem acha momentos de tenra iluçâo.
mas quem de ànsias està possuido que pode esperar
a nâo ser esta dor maligna e penetrante
que de angustias o peito indefenso lacera
por anelar goze negado a quem de iluçâos vive!
VII
De què ao homem serve,oh Deus,umha mente fertil
se a teimar està sempre com cousas impossiveis!
Esperar polo que nâo vem è quimera inutil,
assim como manter esperanças que jamais insarâo.
Hà tanta aflicçâo em mim por a desejo respostar
que mais dumha vez penso que a delirar estou
como um drogado por nefasto e maldito narcòtico
que o afan de posse e desfrute consome e corroe.
È destino maligno este ou fado cego e mal feitor?
Nâo sei nem creio que a minha torturada mente
chegue a comprender quem è do meu tormento causa.
Sô posso atinar nesta pisca de lucidez que me resta,
que as iluçâos nâo alimentam nem de sonhos se vive
e que pese a nâo ser adicto a nada ànsia me devora.
VIII
Serà possivel que alma atormentada jamais desista
de alimentar quimeras que tâo sô em sonhos vivem?
Traite do que arrastando vai pola terra sem fortuna
um corpo impuro donde sô aninham torpes ilusâos!
Arremeter contra o mensageiro nunca foi sensato
pese a que mente aflita sempre de sentido careceu
mas,momentos tem em que o pensar torto induce
a esperar celo em quem sô indiferença amostra.
Que te eu fiz,Oh servidor de cobiçadas novas?
Porquè a todos atendes presto e amim esqueces?
Sou eu um ente nefasto ao teu afan cumplidor?
Nâo, tu nâo es mais culpado do meu infortùnio
do que eu sou de aparecer aos olhos dos hipòcritas
como um redìculo semeiador de falsas esperanças.
IX
Porquè me ei de procurar de cousas
que ao meu alcanço nâo està possivel soluçâo!
Se mais um sou entre tantos sofredores de oficio
para què aumentar com pueriles esperanças a dor?
Nâo hà nem um sô mortal neste traidor mundo
que por desejos nâo tenha obsurdamente sofrido
maxime aquel que de humana fèmea nasceu
sem fortuna,sem arrimo,nem poder,nem valedor.
Hoje espero sosegadamente umha grata noticia,
alma minha preparada està para ansiada alegria,
se acaso as novas nâo forem gratas resignarme-ei.
Contento da vida como è norma do ser liberado
começarei a planejar outra inusual proposta
ainda que certeira me leve a parelha frustaçâo!
X
A que venhem esses lais que nada resolvem?
Acaso conflitos de alma por ansejo possuida
se solucionam suspirando a luz do luar?
ou serà que chorando como neno sumem sem mais!
Eu como tantos sou um esfameado de paz
que mente atribulada por inquietudes tem
e penar parece ser meu inexoravel destino
mentras resposta nâo ache apaixonado empenho.
Nâo culpo ao probo funcionàrio que alegre reparte
sobres de alvo color a quem deles nâo precisa.
Nem serei juiz e verdugo de quem me atormenta..
Serei esso sim,umha alma revelde e contestatària
com o modelo de viver que me quer impor umha
sociedade que jamais elimentei com os meus sonhos!
De o livro do desespero de Chankecham
Estes poemas e moitos mais podem lerse e copiar com as
suas ilustraçâons na pàgina do autor que tem a URL:
http://www.xente.mundo-r.com/iltrovatorechankecham/
Email: trovatorechankecham@mundo-r.com
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