Usina de Letras
Usina de Letras
32 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62280 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10385)

Erótico (13574)

Frases (50667)

Humor (20039)

Infantil (5456)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6207)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->TAPINHA NÃO DÓ -- 18/02/2003 - 10:49 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TAPINHA NÃO DÓ
JB GUIMARÃES
O funk do Rio desce o morro e chega ao cerrado. Deixa muita gente agitada: pais, tios, avós, feministas, psicólogos, antropólogos, comissários de menores... Mas, Bela está alegrinha. Flexiona a bundinha pra frente e pra atrás e canta: "Dói, um tapinha não dói". Belinha mora no Aclimação. Vai ao baile de vestidinho curto e de camiseta. Por baixo veste top. O pai vê os modos. Fica preocupado. A filhinha tranquiliza: "Tá limpo pai - não pega nada. É baile de sangue bom. Não é na periferia. Vou com amigas. Vamos pegar a linha terminal central".
O pai sai para o trabalho. É mais uma noite de guarda-noturno. A filha se dirigi para o banheiro. Na porta, novamente, flexiona a bundinha e canta: "Dói, um tapinha não dói".
Toma banho rápido, põe vestido cor de abóbora, top preto e por cima camiseta com marca de cerveja. Calça o tênis branco e parte.
São 22h, Belinha está no centro da pista. Sabe que erotismo e sexo fazem parte do funk. É puro sexual. Quer pegar bonde. Estar com a galera. Com a turma. Quer ser provocante, para ganhar espaço no grupo. Se esforça para ficar liberada. Rebola ao máximo o corpinho sensual.
Mas ela dança meio esquisito. Dança, rebola... Por mais que rebola, não consegue entrar no ritmo do Tigrão. "O Tigrão vai te ensinar...". Oh! coitada da Belinha. Oh! Se pelo menos ela fosse a Aninha...
Aninha flexiona a bundinha pra frente e pra atrás e canta: "me chamou pr´a sair... pr´a brincar com pikachu". Mora em cobertura. Costuma ir ao Rio. Em Jacarepagua, sobe o morro. Vai ao Castelo das Pedras. Dançar e cantar o refrão: "vou sim, vou sim". É garota meiga, bonita, que gosta de ficar a sério. A chamam de tchutchuca. Aninha não é ingênua. Na bolsa, leva camisinha. Aqui, vai ao baile com o namorado. Fica de camarote. No Rio, integra a galera que faz o intercàmbio - morro/zona sul.
Belinha está no salão, resiste. Pede para parar... Tigrão insiste: "Quer dançar? Quer dançar?" Lá pelas três, o corpinho duro fica lubrificado. Experimenta nova sensação. Na batida do funk, passos e gestos ficam erotizados. Resolve juntar-se ao bonde. Alterna-se numa fila indiana. Enquadra-se no passo ritmado. Está suada. As expressões corporais induzem ao relacionamento sexual. De olho na cachorra, Tigrão passa a mão. Sente a calcinha. Belinha é garota-coca-cola. Agita. Seduz. Faz pressão, mas na hora não quer nada.
O massa não tem tempo a perder. Já é quase dia. Balança os ombros de halter pra Belinha. Para outra, ritmado, canta: "Quer dançar, quer dançar". No ritmo do pancadão, Belinha resiste ao martelão.
Às 5h, chega em casa. Exausta. Vai direto para a cama. Não adormece logo. Está excitada. Pensa no baile. No próximo baile funk. Na amiga cachorrona. Na dança das cadeiras. No refrão insistente: "bota tudo, bota na cara, bota onde quiser". Lembra que escondera do pai o top. Nada de culpa. Leninha foi sem calcinha. Poucos minutos depois, o pai chega do trabalho. Antes de dormir, passa pelo quarto. Como que sonolenta, vira debruço. Coloca o travesseiro sobre a cabeça. Fica de bundinha pra cima. O pai, por alguns segundos, fica ali parado. Admira a filha, paternalmente. Não tem fixação por bunda. Mas nota que a filha é uma mulher de bumbum pequeno - uma popopê. Compara-a com mãe, que é mulher de bumbum grande - uma popozuda. Despede-se. Dá um tapinha na bunda da cachorrinha e canta: "Dói, um tapinha não dói". Belinha sorri e adormece igual princesa. Sonha com o próximo baile funk.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui