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Cronicas-->Questão Semàntica -- 18/02/2003 - 08:20 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Questão Semàntica
JB GUIMARÃES
Faz sentido quando FHC diz: "a corrupção em programas sociais é nojenta e inaceitável"; quando escrevi "no inferno", ao invés de "no inverno" e, por último, o porquê de uma escola de língua estrangeira da cidade escolher a frase "aluno novo não paga" como tema da campanha publicitária para o ano de 2001. Três questões, portanto.
A primeira delas, a frase de FHC, de imediato suscita uma pergunta: "E nos demais casos, a corrupção não é nojenta?" Escàndalos financeiros, desvios de recursos orçamentários e negociatas políticas seriam menos nojentos? Mas FHC se recompõe fácil de suas escorregadelas. Em seguida ele disse: "Não podemos tolerar que haja corrupção". Se recompós, entretanto, quando arrematou: "Menos ainda em programas sociais".
Quer queiramos ou não, essa última citação exprime lucidez. A corrupção não é invenção do pressuposto malandro carioca e, muito menos, do mineiro matreiro ou do brasileiro em geral. Ela é suscetível a todos os homens do planeta. Agora, trazer o nível de corrupção para um patamar aceitável já é um grande feito de quem governa uma nação, embora muito discutido o que seja "patamar aceitável de corrupção". Ao passo que, por outro lado, ninguém duvida que a corrupção que impera - só porque é a bola da vez - no Carandiru esteja num patamar inadmissível.
A segunda questão é quanto ao que escrevi em um texto trágico, melodramático. Deveria iniciar um parágrafo com a expressão, como já dito, "no inverno", mas saiu "no inferno". Depois de publicado, um leitor, que não se deixou levar pela emoção, percebeu e me corrigiu. Num primeiro momento eu disse: "Tanto faz." Ocorre que o assunto estava contextualizado em 1968 e dizer "no inferno de 1968"não deixava de ser uma metáfora. E que metáfora!
Segundo alguns historiadores, 1968 serviu como uma espécie de ponto de referência histórico, porque nesse ano se deu ênfase à divisão do planeta em primeiro, segundo e terceiro mundos. E, de acordo com os poetas, 1968 foi "o ano em que os profetas falharam". No inferno ou inverno de 1968 - tanto faz- jovens estudantes, em passeata pelas ruas das capitais brasileira contra a ditadura, gritavam por "mais feijão, menos canhão". Uma causa muito mais significativa do que lutar por "meia-entrada" em época de globalização.
Admito que o termo correto é "no inverno". Contudo, não só por um, mas por dois motivos, "no inferno", tenho que admitir, está correto também. Soube, através do "Aurélio", que "inferno" diz-se também de parte de uma biblioteca onde se segregam os livros licenciosos. E era justamente lá que eu estava - no inferno.
Por último, a terceira questão, me reporto à frase publicitária: "aluno novo não paga". Um engodo? Do ponto de vista do ingresso na escola, ou seja, um aluno novo na escola, com matrícula em qualquer série, é um engodo. As escolas particulares se custeiam e lucram com recursos oriundos das cobranças de mensalidades. Porém, se verdadeiro, isto constitui uma deslealdade para com o aluno " velho" - o que já estuda e paga.
Mas como disse: faz sentido. Ao matricular os três filhos em outra escola, pude compreender a publicidade. "O mais novo, o de 10 anos, não paga. "O primeiro semestre é de graça", disse a diretora.
Está é a vantagem da concorrência. Por isso, aproveito a oportunidade para, em nome dos consumidores, dar boas-vindas ao Supermercado Sé. E torcer para que se lá anunciarem "leve três e pague dois", que seja um anúncio verdadeiro; que não seja a quarta questão de semàntica.
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