Jorge Careca
O Jorge Galvão, mais conhecido por Jorge Careca, naquela época trabalhava na Varig (Viação Aérea Riograndense ), com aquele uniforme de calça azul- marinho e camisa de mangas compridas branca, mais parecia um comandante de avião. No futebol de salão era goleiro. Um tipo rijo, fibroso, não era um goleiro voador, mas era um bom goleiro. Sua esposa tocava acordeom e eles moravam na Rua Chaco, bem na cumieira. Bom sujeito, o Jorge Careca.
Como eu era metido a ser um leitor contumaz, uma vez ele me emprestou um livro que muito lamento desconhecer o seu paradeiro. A autoria era de um gringo que me parece, chamava-se Peter Kelemann. Descrevia muito golpes de malandragens e formas de ludibriar pessoas. O título do livro, se não estou errado, era Como Enganar os Cariocas .
Ele morava no Rio e, como comprovação de suas teses de vigarista, fundou o Carnê Fartura. As pessoas compravam os carnês e iam pagando as mensalidades. Durante este período, eram sorteados os números que vinham impressos nas boletas que, sorteados, ganhavam milhares de prêmios. Isto, é se sorteados. O pilantra vendeu milhares de carnês através de vendedores incautos, para ingênuos cariocas e depois desapareceu.
O Golpe do Carnê Fartura, foi o escàndalo da época, noticiado em todos os veículos de informação. O Waldir, nosso colega à época, que andou vendendo, inocentemente esses carnês, foi motivo de muitas brincadeiras. É bom tomar cuidado com esses Peter 171 Kelemann da vida que andam por aí. Como dizia um amigo : "Os olhos serenos são parceiros, os grandes traiçoeiros".
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