FIM DA LIDA
Maria Hilda de J. Alão.
Nos meus momentos de cansaço
Em que tudo gira sem parar,
Sinto que, com cordas de aço,
O tempo quer me amarrar.
Então eu olho o Sol no horizonte,
E os pássaros trinando na amplidão,
Levanto, saio do barco de Caronte,
Porque, da vida, mudou-me a visão.
Parto para a luta entusiasta
Que sou do alegre viver consciente
Que idade não é coisa nefasta,
Se tivermos ocupado constantemente
Cada dia cumprindo a nossa missão,
Com a sapiência que estimula a vida,
Dos anos até perdemos a noção,
E não sentimos o fim da lida.
23/04/04.
|