Por que, às vezes, há de ser assim,
Tu te acercas de mim, num repente,
Deixando em meu coração somente
Essa dor pérfida, que não tem fim?
Por que o anjo do amor se faz ausente,
E tu, saudade, fazes crescer em mim
Essa agonia da espera que, enfim,
Tortura, como a matar-me lentamente?
E agora, diz-me tu, quem ou o que há de,
Solidário a esse amor que me fascina,
Trazer de volta o tempo que me tomaste,
Porque, sabes, é certo que tu me roubaste
O mor prazer dessa paixão que me domina,
Deixando apenas essa tristeza que me invade.
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