SONETO DO AMANHECER
lílian maial
Acorda, meu amor, que o sol não tarda,
e a brisa da manhã te ouriça a pele.
Nos olhos, tenho a vida que te aguarda,
na boca, teu sabor que, em mim, revele.
Desperta, doce bem, que o tempo é pouco,
e o meu amor tem pressa de te amar.
Levanta, que o meu peito já é rouco,
de tanto, aos quatro ventos, te gritar.
Agora é muito tarde, já é dia,
por frestas da janela, que ousadia,
o sol despudorado penetrou.
O mundo, que invadiu o nosso ninho,
envolto na preguiça e no carinho,
igual a ti, amado, se deitou.
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Rio, 18/04/04
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