Amo-a (*)
Existe, no meu lar, uma pessoa
Que amo, adoro e venero.; e essa criatura,
De faces brancas, cheia de candura,
Tem sido, para mim, bastante boa!
Ensinou-me a não ser homem à-toa.;
Dando princípios, fé, também finura.
Envolveu-a maneira certa e pura,
E, hoje, é velhinha, sei, não é à toa...
Com as cãs a ondear-lhe em prata, nos espelhos
Não se mira jamais!... sem ilusão,
Vive somente a dar-me bons conselhos!
Quantas vezes notei pedir perdão,
Num gesto nobre, sem dobrar os joelhos,
Pleno do amor de mãe o coração?
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(*) 1° lugar no concurso de poesias realizado pelo SESC, em 05/05/1972. |