NATAL DE ALELUIAS !...
Ó minha Mãe, minha Mãe,
Este meu grito é avante,
Para além deste sistema
Que me confrange de pena
E me perde a cada instante...
És minha luz a levante,
Minha estrela, meu Natal,
Meu carreirinho passante
Por onde fujo a jusante
Do humano pantanal...
Ó minha Mãe divinal
Quem me dera redimir
Dentro de mim todo o mal
Que te fiz e afinal
Só sofri por te mentir...
Foi o sol do porvir
Que me cegou às escuras,
Minha Mãe, meu elixir
Que bebo para sorrir
Às maldosas criaturas...
Hoje sei que nas alturas
Da vida em turbilhão
Só existem amarguras,
Cegueiras que abrem fissuras
Sem cura no coração...
Minha Mãe, minha oração,
Sarça-ardente de meus dias,
Entre o berço e o caixão
É Natal e o mundo em vão
Reclama aleluias...
António Torre da Guia
Som = Alain Barriere em "Ma Vie" |