Toda vez que te vejo
Na televisão, é claro
Lembro não sei por que
Do negrinho do pastoreio
Você a negrinha retinta
Com olhos de boneca de pano
Sorriso de criança
Brilhando por este mundo
Um mundo branco
Que açoitou nossos ancestrais
Se curva aos teus passos
Negros, vitoriosos, belos
Que graça quando você fala!
Teu rosto se ilumina
A negrinha sapeca feliz
Que sonha, sonha e sonha
Sob tua pele
Quantos navios negreiros
Quantas noites na senzala
Quantos açoites na madrugada
Eu, um mestiço brasileiro
Até choro quando te vejo
Vitoriosa, dizendo ao mundo do pódio
Somos um povo branco, mestiço, negro e lindo
Que vale ouro
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