De tudo que não sei, a maior parte
É natural, decorre dos limites
A que está sujeito o ser humano,
No cumprir-se, da natureza, o plano,
Segundo o qual, por mais que te habilites
Ao saber, não hás de transformar-te
Em sábio,
Nem encontrarás, em livro ou alfarrábio,
As respostas acerca dos mistérios
Que, em vão, tanto procuras desvendar,
Já que não nos é dado estar a par
De tudo neste mundo, em que os mais sérios
Segredos, jamais há de, algum lábio,
Pronunciar...
Lamento, apenas, o não saber lutar
Contra o poder cruel desta saudade,
Que aos poucos, lenta, me consome,
Fazendo-me chamar pelo teu nome,
À medida que o meu peito invade,
Impondo esta agonia, que é estar
Longe de ti.
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