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Cordel-->República da Estrela -- 18/11/2005 - 03:31 (Alkiria Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Cordel República da Estrela
Marcodiaurélio
e-mail marodiaurelio@hotmail.com

Ano de miloitocentos
Na década de oitenta
No sertão paraibano
Um povo experimenta
Uma decisão humana
Emoção republicana
E de cabelo na venta

Pra começar no começo
O nome do penitente
O cabra Zuza Lacerda
Imigrante cearense
Botou-se por lado de cá
E trouxe no seu borná
Um fututo competente

Segundo o escritor
O Antonio Décio Pinto
da história o relator
por isso aqui não minto
deu margem pra se grafar
e foi João Bosco Gaspar
que escreveu e foi sucinto

Assim disse o escritor
Espaiano seu letrero
Que foi bem no fim dos tempo
Do império brasileiro
Que o povo foi pensano
Num jeito republicano
Pra se soltar no terrero

A fraqueza no governo
De nosso imperador
O de Dom Pedro II
Que perdia seu valor
Sem falar de seu Fonseca
Um militar sonhador.

Passado o aperrei
Da seca que dizinou
O sertão que era palha
Com a chuva se animou
A babuge arrebentava
O mufumbo fulorava
Novo gado se comprou.

O vale do Piancó
Com o chão a verdejar
Comprava do Piauí
E também do Ceará
O seu rebanho bovino
E também alguns caprinos
Sem carecer budejar.

Por conta desse traquejo
E naquela boa altura
Tomou pouso um tangerino
Lá em São Boa Ventura
Que hoje tiraro o São
E nessa povoação
Se fez nova criatura.

O moço Zuza Lacerda
Forasteiro e tangerno
De estatura mediana
Que deixou de ser menino
Tinha as faces rosadas
Olhos azuis esmeralda
E já senhor de seu tino.

Trazia uma boiada
Para uma compradeira
Chamada Donária Leite
Uma muié criadeira
Virou vaqueiro da dona
Casou-se com Dona Ana
Cunhada da fazendeira.

No resultado da soma
Finou os pés no lugar
E com seu destemor
Começou a prosperar
Botou-se a comprar terra
Na vazante e na serra
E começou enricar.

Com dinamismo e visão
Foi se tornando sustança
Na fazenda Curral Velho
Que nem osso de criança
A coisa virou fartura
Ajuntou-se criatura
Povoado e emboança

Era milho e algodão
Cana-de-açúcar e arroz
Tudo ali prosperava
Com engenho puxado a boi
No curral acontecia
Quando uma vaca paria
Vinha logo era de dois

Atendendo Padim Ciço
Uma igreja construiu
Um frade de Baixa Verde
Uma missa lhe assistiu
E Curral Velho crescia
Com riqueza e alegria
Passaria logo mil.

Com o crescer de seu Zuza
Sua fama se espalhou
E ate pra cangaceiro
Seu Zuza se preparou
De longe vinha boato
O grupo dos Viriato
Desdenhava o Criador.

Esse grupo carniceiro
De bandido esfolador
Estremecia o sertão
Com estórias de horror
E num raí de 20 légua
Esses fio duma égua
Espalhavam o terror

Mas com orde do guverno
Zuza Lacerda armou
Um magote de capanga
E os Viriato acochou
Num durou uma semana
Fez nego chupar da cana
Que nem o diabo chupou.

Esmagada a resistência
Escapou sobreviventes
Perseguiu por mais um mês
A cambada dos valente
Na Fazenda Genipapo
Deu o último supapo
No derradeiro insurgente.

Por conta da valentia
Zuza teve o peitoral
Patente de coroné
Da guarda nacional
E uma farda vistosa
Que nem fosse da briosa
Em festa especial.

Ficando nesses confoime
O hôme se assuntou
De amizade subiu
Deixou de ser eleitor
Partiu pra ser deputado
E cumprindo seu mandato
Foi assim que se elevou

Zuza fez amigo-irmão
Desembargador José
Peregrino de Araújo
Sua carta de mele
Que eleito presidente
Na Paraíba valente
Levou um arrasta-pé

Era milinovecentos
Não se falava em lagoa
O seu grande opositor
O Epitácio Pessoa
Empossou seu escolhido
Peregrino preterido
Zuza levantou a proa.

Para garantir a posse
Do amigo Peregrino
O exército de Zuza
Do sertão veio a destino
E com força especial
Fez em nossa capital
O rumo voltar pro tino

Um genro de Peregrino
Que também se elegeu
Na mesma propositura
Que Zuza também se deu
Foi bem mais paparicado
E Zuza caiu de lado
Do que podia ser seu.

Com seu domínio minado
Por outro legislador
Invadiu Misericórdia
No dia do eleitor
Com medo da perdição
Interrompeu a eleição
De Venceslau vencedor.

Ganhando Venceslau Lopes
Reduto do coronel
Diminuindo o valor
Que era de seu papel
Entrava em desespero
Perdia papa e papeiro
E as estrelas do céu.

Arretou-se o coronel
Pra mostrar ao presidente
Coragem não lhe faltava
E muito menos patente
E por ela ainda te-la
“República da Estrela”
Passa ser independente.

Imposto nunca mais
Curral Velho foi banida
A República da Estrela
Passa ser reconhecida
Independente de tudo
Presidente vira mudo
Pra esse vão da Paraíba

Foi criado um Ministério
Para o país ministrar
O seu filho Irineu
Ministro de guerrear
Quem já viu uma nação
Sem a força de um canhão
Poder se alevantar?

O Ministro da Fazenda
Outro filho escolheu
Foi o cadete Lacerda
Que na escola aprendeu
Quem tem dois conta com um
E um pé de girimum
Bota de dois que nem eu;

Pra Ministro dos Transportes
Um tropeiro de postura
Escolhido na nação
Antiga Boa Ventura
Que transporte em segurança
O que se faz de lambança
Produção de rapadura

Relações Exteriores
Escolheu-se o Major Sula
Em sua polifonia
De tamanha belezura
Sabe bem polifonez
A até entende inglês
Entende também de usura

Agora vem o pior
Eu nem queria contar
Eu acho que endoidaro
Ou num sube assoletrar
Zé Zuza um neto seu
Eu nem sei se já morreu
Ou tá vivo no lugar

Foi Ministro da Marinha
Em um mar feito de pó
Pesquisei em todo canto
Até a vista dá nó
Num encontrei no meu mapa
Nem no mel e nem na capa
Oceano em Piancó

Dizem qu’essa brincadeira
Pode ter durado um 3
Se foi dia num ta claro
Pode até ser uns 3 mês
Minha santa paciência
Me deixou uma durmência
Conte uma eu conto seis

No final o coroné
Desistiu da aventura
Se escondeu no Ceará
Nascido de escritura
Foi julgado em Pombal
Mas livrou-se afinal
Dessa sua diabrura.

Muito se fala em Canudos
Contestado e até Zumbi
Caldeirão de Santa Cruz
Sum Paulo, Piratini
Porém essa nossa Estrela
Num cordel quis escrevê-la
Desconfio que escrevi.















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