Tem noites que eu não durmo,
Quase todas, hoje tenho em quem pensar,
Penso nas crianças do Sudão,
Mas não consigo evitar você em meus pensamentos.
Deleito, deito.
Durmo na rua, tijolo travesseiro, me cubro com as estrelas.
Respiro o ar que tem o seu cheiro,
Ilicitamente, loucamente te procuro.
Nas páginas dos livros te busco,
Em alguns epílogos vejo seu rastro,
Em prefácios seu nome,
Mas nada de concreto.
Em algumas linhas desse livro temo estar errado
Temo lhe ferir.
Mas o que é a vida sem temores?
Sem riscos não há poesias.
Sem rabiscos não há quadros.
Por isso risco e rabisco minha vida,
O que é bom. Saudade.
O que é ruim. Edito.
O que não explico. Ainda amo.
O que ignoro. Me apaixono.
Disso sobram linhas, contracapas, prefácios, epílogos, erratas.
E o seu nome surgindo na capa.
Raulzito outubro de 2003
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