Uma pena é tão leve
Que uma brisa a leva
Para não sei aonde.
Pequena ela é, difícil reencontra-la,
Mas são muitas as penas,
Que uma simples brisa levanta,
E alguma delas, em algum lugar,
Talvez distante, reencontraremos,
Pode ser perto do horizonte.
Horizonte também é leve aos nossos olhos,
Misterioso, desejo de se alcançar,
Assim como a pena que a brisa levou,
Distante ficou,
Mas com o horizonte encontrou.
Esta pena pode ser o pontinho mais distante,
Que se vê no horizonte,
Não tem forma definida,
Pode já estar destruída.
Mas a pena perdida,
Que a brisa levantou e o horizonte alcançou,
Pode ser vista todos os dias,
Numa linha continua,
Que chamamos de horizonte.
Depois dele nada mais vemos,
Apenas imaginamos o que existirá.
Alguma coisa certamente há,
Talvez até outras penas para a brisa levantar.
Se um dia virmos algo voando no céu,
Perto da linha do horizonte,
Pode ser uma das penas que se perdeu,
Mas para nós estará voltando.
Ela voa rapidamente,
Posso vê-la chegar,
Em poucos minutos, sei que a vou agarrar.
Deve ser a mesma pena, que começou este poema,
E agora está a terminar.
|