Uma paixão maltrata, fere, aprisiona,
Faz-nos perder o senso e a razão,
Toma por completo um pobre coração,
Qual bomba que, insensível, detona...
E, dos efeitos de tão forte explosão,
Um é que torna-se ela a única dona
Da alma daquele que se apaixona,
Como a impor o jugo da escravidão,
Pois, quando de um ser ela se assenhora,
Não há força ou poder capaz de impedi-la,
Em seu propósito ferrenho de um domínio
Que, aliado ao mais poderoso e cruel fascínio,
Torna inquieta a vítima, por mais tranqüila,
Independente e livre que tenha sido outrora.
|