Saudades do meu avô João Ribeiro
Por Airam Ribeiro 24/05/05
Nos domingos daqueles dias
Eu ia com muita alegria
De algibeiras vazias
Nos tempos dos coronéis;
Bons tempos aqueles!
Eu chegava na casa dele
Pedia a benção pra ele
E ganhava um mil réis.
De dinheiro vovô era pobre
Mas rico de alma nobre
Pegava a moeda de cobre
E colocava na minha mão;
Já era ato rotineiro
Ele me dava o dinheiro
Que nesse reflexo ligeiro
Lembro-me com emoção.
E nas fogueiras então
Meu querido avô João
Botava na minha mão
Muitos traques preu soltar;
Também me dava cobrinha
Dessas que vem na caixinha
Que naquele tempo já tinha
No São João do meu lugar.
Minha terra é nos gerais
Muito fria por demais
Por isso os cafezais
Daquela terra gostou;
Lá não tem gado de corte
O café é o suporte
Vendem pro sul e pro norte
Ou onde tiver comprador.
Todo ano no São João
Eu lembro do meu sertão
E vem na recordação
O meu avô João Ribeiro;
Quando ele me apertava
Beijando me abraçava
Depois com gosto me dava
Cobrinhas traques e dinheiro.
Realmente é bom lembrar
Da infância, do lugar...
Onde o tempo a passar
Deixa a marca do passado;
Caminhando com a saudade
Passamos pra mocidade
E já vem a terceira idade
Pra tudo ser recordado..
Onde a nova geração
Já tem outra noção
Da internet e televisão
Que seu desejo satisfaz;
O jovem com seu rompante
Pra ele o mais importante
É viver o seu instante.
Sem preocupar com os demais.
É tão bom você recordar
O que aconteceu em seu lar
Ou mesmo em seu lugar
Pra você tirar proveito;
Os erros deixados atrás
Hoje você não faz mais
O aprendizado foi capaz
De lhe ensinar fazer direito.
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