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Cartas-->Para Net dos 7 Mares... Com Resposta. -- 21/02/2003 - 19:10 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tuas palavras transportaram-me no tempo... Sei que muitos são, também, levados em viagens ao passado, quando lêem um texto, mas duvido se com a mesma emoção que senti, com a mesma nitidez de imagens, e só lamento ter perdido aquela mensagem do convite que a ti dirigi, porque, ali, eu sentiria, também, o receio de não ser atendido no convite que te fazia. Eu, ali, era como um adolescente que, diante da iminente conquista, tremia, ante a possibilidade de não ser aceito no galanteio desajeitado à sua primeira pretendida.
Inútil, querida amiga, eu buscar palavras para definir este momento, em que teu agradecimento se entrechoca com o meu, pois, ao aceitares aquele convite, muito mais agradecido fiquei eu, pela oportunidade que me deste de eu poder estar mais perto de tuas obras; isso, sem contar com o prêmio que me dás, agora, acondicionado nas tuas palavras: essa sensação indefinível que, na falta de palavras, comparo com a apoteose da criação de um poema. Sim... É isso o que melhor representa para mim este teu gesto que é magnânimo, ainda que coberto de sinceridade. A sensação que me proporcionas é algo como aquela satisfação que sentimos, ao terminar a feitura de um poema, levando-me, neste instante, em meus devaneios, embalado pelas tuas palavras, dizer que a minha melhor poesia, a minha melhor obra, não foi um texto, uma representação gráfica; foi uma poetisa, cujo título é ELANE TOMICH. Tola pretensão esta minha, bem sei eu, posto que poemas como tu já nascem prontos; mas permito-me sonhar, como é permitido a todo poeta, que sou o único poeta do mundo a ter uma poetisa como principal poema, a obra mais grandiosa de sua carreira que, ao invés de ficar guardada numa gaveta, estará, sempre, diante dos meus olhos para, num cuidadoso e contínuo burilamento, fazê-la brilhar, cada vez mais.
Obrigado, querida, pelo prêmio imerecido de tuas palavras e sentimentos. Obrigado por permitir-me ser a tua escolta dedicada, nesta trilha que te levará ao porto da vitória, na reconhecimento da brilhante poetisa que és.
Anselmo (Net 7 Mares).
*Capitão, só lá no Ateneu (Rsssss).
A correção foi feita, tal como pediste. Está no próprio texto, abaixo.

**************************************************


Meu amigo,
Vez em quando, escrevo cartas para as pessoas que significaram algo em minha vida... Você me empurrou para a amostra da minha escrita, e você nem sabe a dimensão do bem que me fez...Gozado; né? Escreverei ainda para o Plínio e para a Fernanda Guimarães, meus incentivadores incondicionais...
Estou mostrando, antes, a você, porque quero publicá-la... Vão dizer que é cantada e tudo mais, mas eu sei como é sincera a fraterna ternura que passei a sentir pelo meu controvertido padrinho...
Queria que, antes, você lesse e corrigisse, porque sou danada para deixar escapar coisas que me envergonham depois...Erros de digitação que são um fenômeno da má escrita. Aliás pode, se quiser, até colocar com este intróito onde melhor lhe aprouver. Mostre ao Valdez, pois é uma justa homenagem a você.. Como eu disse, você não sabe a dimensão do bem que me fez, no momento certo...Às vezes, a gente faz papel de anjo e não sabe.

Anselmo,
Net 7 Mares

Queria te agradecer, por me pescares em ondas cibernéticas, quando eu sonhava com um mar de mistérios azuis. Na verdade, turbulentas ondas de temores de infância da alma.
Um mar lendário, fetiche e mito que meus olhos não alcançavam, proibidos pelo anteparo das montanhas de minérios, cruéis vendas nos olhos de muitos sonhares por sombrios vales.
Anteparo do físico e do olhar da alma que, pelo desconhecido ou proibido, me levava de volta ao lago estagnado dos meus sentimentos.
Conheci o mar, adolescente, como quem experimenta o medo do desejo do primeiro toque de amor, seja de sonho ou de pele.
O mar do sul da Bahia estendeu-se ao meus olhos, como um grande tapete desenhado de horizonte, onde, além dele, poderiam estar todos os mistérios das lendas dos orixás ou dos contos das mil e uma noites.
Tão visceral, que meus sonhos de angústia e paz simbolizam-se em concha sem pérolas, mas preciosas pela concavidade imersa nos incontáveis tons da umidade da vida...
Arco-íris imerso na alma, escala entre o cinza e o azul, passando antes pela dubieade do verde, cor que finge ser, roubando a precisão da existência de luz do amarelo e da imprecisão dos mistérios do azul...
Queria te agradecer, por me dares as armas brancas para defesa das minhas palavras que cresceram na conquista de espaços e tempos, onde vivem as emoções bastardas, sem a paternidade dos sobrenomes e adjetivos negados pela racionalidade do cientificismo do que construímos em nossos limitados cercos de lógica.
Queria ainda, meu amigo, agradecer-te, por guardares meus versos na sensibilidade de um cavaleiro guardião de templo que nada mais é que o templo que guarda meus sentimentos, caixa sagrada da sensibilidade feminina, fértil em todos os solos. De onde, um dia, nascerá a compreensão dos opostos, Hermes e Afrodite, que, para sempre separados pelos montes e vales da diferenciada geografia de carne, serão, um dia, unificados no hermafroditismo dos sentimentos; apenas dos sentimentos, pois que no entendimento destes, seremos todos frágeis e perecíveis, e renasceremos numa fortaleza feita da conquista de se poder chorar, sem discriminações, continuando o exercício do eterno retorno da semente à terra, preservado no encontro da matéria, diferenciada em masculino e feminino, numa equação resolvida, onde o resultado final é igual aos risos e as lágrimas de x = y, pois que a alma não tem gênero, hora nem lugar, embora se recrie, desde sempre, na deliciosa renascença da carne.
Carinhosamente,
Elane
T. Otoni, 15 de fevereiro de 2003.
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