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Poesias-->Despudoradamente bela -- 21/03/2004 - 14:10 (Ernane Calado de Souza Melo) |
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A tua roupa transparente
Era um convite ao olhar
E um desejo inconsciente
De desvendar os segredos
Aos poucos me foi tomando
E embora tivesse medo,
Ousei me aventurar
E te despi inteiramente.
Peça por peça desfolhando,
Como se as folhas caindo,
Desabrochassem o botão
E pousassem suavemente
Como um tapete no chão
E aos poucos fosse surgindo
A flor a se revelar.
Devagar me aproximei
Mas não cheguei a tocar
Trêmulas e úmidas as mãos
Não puderam te afagar
Nem um beijo eu te dei
Com medo de acordar.
Não podia ser verdade,
Era tudo que pensava.
A mente estava confusa
E não havia claridade,
Apenas uma luz difusa
Que entrava pela janela.
A dúvida me dominava
E tudo era incerteza.
Mas nada disso atenuava
Toda a magia e a beleza
Desse sonho em que estavas
Despudoradamente bela. |
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