A cada dia que amanhece, musa minha,
Tu renovas, em meu ser, essa inspiração,
De forma a aflorarem, cheios de emoção,
Os versos que minha pena adivinha
Estarem contidos, todos, em teu coração,
E transcrevo-os, célere, em mui reta linha,
Cuidando a que se não perca o que tinha
De significado, pois, essa tão grã paixão
Que me transmites, com tua pura alegria,
Com a meiguice e a ternura que me dás,
Essa tua suave e doce forma de amar-me,
Qual soasse, dentro de mim algum alarme,
A mostrar-me, a todo o tempo, que és mais
Que poetisa e musa – és á própria poesia.
|