Eis que sol repousa sobre o sertão,
o lavrador ara, sem temor, sem guerra.
Deus! dai-nos chuva, dai-nos perdão,
para quem sofre a secura desta terra.
Os anos se passam, anos de espera,
até morrermos nessa negra solidão.
Senhor Deus meu, dai-nos a quimera.
Pelo ao menos uma colheita de feijão.
Quantos anos, quantas primaveras,
são tantas secas e tanta erosão,
que a terra indaga: são apenas trevas?
E a nossa plantação molhada de suor?
Só que no suor a flor não aparece,
fica tudo seco e morre neste sertão. |