Foste em toda a minha vida,
a estrela solitária e perdida,
a iluminar-me o meu caminho...
foste um triste raio de luar
feito de melancolia...
Oh! Deus, onde está a claridade?
Não foste o sol que reflete no rio.
Foste somente chuva,
a chuva incessante,
a chuva miúda e tristonha,
que me fazia sentir muito frio...
Não foste verão, nem primavera,
pois o verão seria ardente
e, a primavera muito bem florida.
Foste o outono (e eu me fiz tristeza).
Foste o inverno (e como senti frio)
Nunca foste um vendaval.
Foste sim, algo entre o suave e triste,
A nostalgia de um vulto distante
acenando na estrada, em riste...
foste uma lembrança feita de saudade.
Recordação de folha morta e caída,
que o vento vai levando na última jornada.
Foste a superfície tranqüila
de um lago no inverno.
O canto tristonho de um pássaro com frio,
uma saudade terrível do que não volta mais...
Eis o que foste em meu caminho:
O adeus tristonho de um amor perdido,
um sonho vago, leve e destruído,
a estrela solitária a refletir no mar... |