Abri o teu bilhete.
Não era um texto longo,
Mas cada uma das palavras
Parecia ter vida própria.
Todas puderam me tocar,
Cada uma à sua maneira,
Como se quisessem dizer
Alguma coisa de si mesma,
Alguma coisa para marcar
Aquele instante mágico.
De repente teve início,
Sem qualquer ensaio,
Uma dança individual.
Cada uma queria aparecer
Mais que a outra.
Talvez tentassem reservar
Um lugar de destaque
E só faltavam cantar.
Se pudessem, teriam feito.
Mas a todas admirei,
A todas dei atenção,
Pois eram todas belas.
No final, não houve jeito
O teu bilhete eu guardei
Junto com todas elas
No fundo do coração.
|