Quem viu ao longe a casa esburacada,
o abrigo diário duma qualquer megera,
está bem à beira da silenciosa estrada,
quem já viu essa melancólica tapera?
Outrora era bonita, bem iluminada.;
os passarinhos em plena primavera,
nas ramagens das roseira perfumada,
entoavam seus cantos de beleza vera.
Hoje a casa é sinistra, não tem dono,
caindo aos pedaços vive no abandono,
à sombra dum passado bem presente.
Como essa casa, muita gente existe,
que faz da sua felicidade que consiste,
em viver só de sonhos, simplesmente.
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