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Artigos-->O Mal Sobrepondo-se ao Bem -- 12/06/2002 - 10:43 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Mal Sobrepondo-se ao Bem

(por Domingos Oliveira Medeiros)



O bem e o mal sempre existiram. Todos sabemos. Desde o início do mundo. Está lá em Gênesis, no Antigo Testamento. A serpente produziu a primeira tentação. Eva não resistiu. E junto com Adão desobedeceram ao Senhor. E passaram a perceber em si os sentimentos desordenados e rebeldes à razão, antes inexistentes no paraíso. Começava naquele instante a luta do mal contra o bem. E o mundo passou a conviver com as conseqüências do pecado original. Que, por sua vez, assumiu todas as formas e sutilezas de que hoje se reveste.



Mas, é sempre bom lembrar. O mal, antigamente, além de nutrir certo respeito pelo bem, por ele sempre fora vencido. Nos filmes, nos livros, na política, na economia, no esporte, enfim, todas as histórias que envolviam bandidos e mocinhos acabavam, sempre, com a vitória do bem. Que, como prêmio, levava sua amada, após um longo e afetuoso beijo, no dorso de seu cavalo.



Hoje a coisa mudou. De mal para pior. O bem não consegue impor-se perante o mal, que está cada vez mais ousado. O mal passou da defesa ao ataque. Provocando e humilhando o bem. Passou a querer dominá-lo de vez. Perdeu totalmente o respeito.



Em todos os segmentos e classes sociais, o mal passou a ocupar posição de destaque. Na política, por exemplo, ele exerce papel relevante. Mente, engana, disfarça, rouba, ilude, descumpre, provoca, difama, ironiza, enfim. Na economia, idem: promete, descumpre e desculpa-se, mas nada faz de concreto em benefício da população. Nos meios de comunicação ele assumiu a titularidade de quase todos os programas, onde a banalização é a regra imposta. Banalização do sexo, das drogas e de todas as crenças e valores universalmente aceitos.



No esporte assumiu a posição da mediocridade e da falcatrua. Do enriquecimento ilícito. Do engano e da usurpação. Do desrespeito aos torcedores. Da violência nos estádios. E fora deles.



Ultimamente, o mal evoluiu para patamares mais ousados. Resolveu organizar-se. Passou a planejar e a controlar todas as suas ações. E, pelo visto, com muito sucesso. O tráfico de drogas, o contrabando de armas, o envolvimento de policiais e de políticos corruptos, civis e militares, nacionais e internacionais, fazem do crime uma organização de fazer inveja a qualquer multinacional. Em termos logísticos e em termos de resultados.



O Estado tornou-se impotente diante do crime organizado. Este, por sua vez, passou para o ataque frontal. Atiram em delegacias, matam policiais, seqüestram empresários, políticos, promotores, juízes, desembargadores, crianças e idosos, sem exceção. Julgam, sentenciam e matam qualquer pessoa. Como e quando desejam. Tomaram conta das prisões. De lá comanda seus negócios. Ou das prisões entram e saem a qualquer hora.



E assumiram, mais pela ausência do Estado, grande espaços urbanos, principalmente nas favelas, onde instalaram o poder e de onde disseminam a temeridade.



E partiram para o golpe fatal: calar, de vez, a Democracia. Agora intimidam e matam jornalistas. Pretendem impor, pelo medo, a censura. Notadamente aos jornalistas investigativos. Do tipo do saudoso Tim Lopes. Que, por trabalhar em prol do bem comum, foi brutalmente assassinado.



E o Estado continua impotente. Prendendo e soltando “malucos” a serviço do mal. Ignorando - ou sendo omisso - em relação às investigações para descobrir e punir a verdadeira cúpula do crime organizado. Cortar o mal pela raiz. Posto que não se concebe que toda essa organização terá seu final por conta da prisão de meia dúzia de “malucos” analfabetos e criminosos sanguinários que, nada mais são do que simples empregados do terceiro escalão de uma organização muito mais ampla. E a sorte, ainda, é que o crime, por enquanto, é organizado, mas desunido. O dia em que eles resolverem trabalhar juntos, teremos a inversão total de valores. O mal sobrepondo-se ao bem. E nesse caso só Cristo poderá dar jeito.



Domingos Oliveira Medeiros

12 de junho de2002











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