MUITO ALÉM
Que jeito é esse de amar
Que um simples leito
Parece-nos, aveludadas pétalas,
De cor carmesim
Onde eu deito o meu corpo
E o teu deita sobre mim?
Que jeito é esse de se ter
Que num perfume de jasmim
Espalhado sobre o quarto
Do mundo, sentimo-nos isolados,
Querendo ser, só apaixonados?
Que jeito é esse de sentir a Paixão
Que num teto de céu estrelado
Sentimos o prazer mais louco
E a terna paz, de corpos entrelaçados?
Que jeito é esse que somos um só
Em corpo, alma, coração,
Não existindo nenhuma divisão
Unificando a razão e a emoção?
É um jeito de amar incomum
Que vai além do amor comum
Que interrompe o som e a luz
E com toda força, nos conduz.
E muito além do entender...
E muito além do compreender...
Vivemos esse jeito, que é só nosso,
O de sentirmos todo esse querer.
Cleide Yamamoto.
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