Usina de Letras
Usina de Letras
142 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50616)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140801)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Minha Aldeia I - 5 O Dançarino -- 12/02/2003 - 13:31 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Dançarino



Antigamente, durante os festejos juninos, era comum em Caxias as comemorações nas ruas e nos terrenos baldios. Os vizinhos se reuniam, acertavam o que fazer e mãos às obras!.





Alguns se encarregavam dos enfeites, outros das barracas, da fogueira, da música e assim por diante. Eram festas a rodo: de Santo António, de São João e de São Pedro. Os meninos e as meninas nas noites de sábado vestiam suas melhores roupas, alguns deles não esqueciam de passar em seus cabelos entopetados a famosa brilhantina Glostora.

Eram noites gloriosas. Havia uma brincadeira muito em moda que era conhecida por " pêra, uva ou maçã ". Com os olhos fechados pelas mãos de outra pessoa, esta escolhia uma outra que estava na fila e selecionava uma das frutas.

Se fosse pêra, dava um aperto de mão na pessoa escolhida ao acaso. Se no caso de uva dava um abraço e, maçã, um beijo.

Naturalmente um menino escolhia uma menina e vice-versa. Havia as quadrilhas, os quentões, balões e, todos os procedimentos que caracterizavam as autenticas festas caipiras dos festejos juninos.

Certa ocasião, nós fomos a uma festa junina do dia de São Pedro, na Rua Assunção.

Havia um baile num terreno todo decorado com bandeirinhas, folhas de palmeiras, bambus e lanternas típicas. Alguns pares dançavam enquanto, encostados na cerca, nós ficávamos flertando com as meninas. Elas pareciam esperar um convite para dançar, que não vinha. A garotada era de jogar bola e soltar pipa, não era de dança. Uma certa hora, a presença da irmã do Waldir Galinha foi notada. O Waldir morava na Rua Minas Gerais e também tinha um irmão chamado Beto, que jogava bola com a gente. Todo mundo ficou ouriçado com a irmã deles, mas ninguém se atrevia a convidá-la para dançar, o que era perfeitamente correto, já que ninguém sabia os passos do bolero.

Pouco depois, não sem antes cutucar os brios dos colegas, resolvi convidá-la para dançar. Diante da surpresa e da expectativa pelo resultado da minha bravata, fui o centro da atenção geral do grupo. Mal dados os primeiros passos do romàntico bolero, Perfume de Gardênia, pisei no pé da irmã do Waldir Galinha que, no mesmo momento, apoiando-se em mim tirou o sapato do pé ferido, fazendo cara de dor.

Olhando em volta, só vi um monte de caras de palhaço às gargalhadas. Saindo de fininho, jurei aprender a dançar para mim mesmo.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 5Exibido 247 vezesFale com o autor