Usina de Letras
Usina de Letras
142 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62219 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10362)

Erótico (13569)

Frases (50614)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140800)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O ENGANO -- 16/08/2003 - 18:29 (Rose de Castro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ENGANO


Júnior acordou feliz e apressou-se para tomar banho. O céu estava claro após uma noite de chuva intensa. A água do chuveiro demorou um pouco para esquentar. O inverno chegava com toda a força, trazendo aquele frio que dói os ossos e congela a água; mas ele não estava ligando para nada. Aquele dia era especial. O dia em que finalmente iria conhecer de perto a mulher que mexeu com sua imaginação; mas ao mesmo tempo estava aflito, não sabia como iria fazer para contar a verdade sobre ele.

Abriu o armário e escolheu bem a melhor roupa para encontrar-se com ela. Pensou com qual roupa seu pai iria se soubesse que ela estava esperando por ele. Sabia que com certeza não seria nenhuma daquelas ali penduradas. Não sabia exatamente o que vestir, escolheu uma que mais lhe caía bem.

Pegou as chaves do carro e abriu a carta de novo para conferir o endereço onde estaria Maria. Ligou o som do carro e foi cantarolando para amenizar a expectativa e ansiedade. Chegou ao local. Procurou o banquinho pintado de branco na praça onde ela havia marcado. Estava lá. Tranqüilamente olhando as crianças brincarem no sol morno de Domingo.

- Oi...Maria? – ela levantou os olhos e sorriu um sorriso tímido
- Valter??? – ela exclamou meio aturdida -
- Estou atrasado?
- Não...eu é que cheguei mais cedo...
- Muito prazer! – falou ele beijando-lhe a face.

Ficaram uns minutos sem saber o que falar. A moça olhava para Valter e não entendia o que estava se passando

- Você não é o Valter...
- Não. Desculpe. Sou o Júnior, filho dele...
- Mas...
- Vou tentar lhe explicar...Quando meu pai lhe conheceu através daquela Carta que você enviou para ele...aquela com fotos e...bem...fui eu quem abriu e não meu pai.
- Heim? Então...
- Então meu pai nem sabe que você existe. Você pediu na carta para que a pessoa da carta lhe enviasse uma foto. Pelo que você falou na carta dava para entender que fazia pouco tempo que se conheciam...Minha mãe faleceu tem mais ou menos dois anos...
- Olha aqui, Junior...acho que você não entendeu direito...eu não conheço seu pai. Minha irmã precisava fechar a compra de uma casa. Ela também
não o conhece...
- Mas...então por que você mandou sua foto e marcou encontro? No final da carta diz: “Aguardo ansiosa”
- Júnior, não fui eu, foi minha irmã.
- Então quem é que está paquerando quem? Você é muito parecida com ela...
Vania ficou constrangida vendo como Júnior havia recebido a notícia. Estava com as mãos suadas e sem graça. Tentou brincar com ele para dissolver o mal entendido.

- Júnior...não conheço seu pai mas você é bem bonito...olha...vamos tomar um suco e conversamos melhor. Você está bem? – ele estava pálido e parecia querer desmaiar – Vou pegar um refrigerante ali. Espera um pouco...

Ele viu ela conversar e despedir-se com um sorriso agradecendo ao vendedor. Pensou neste momento: “Ela é linda...realmente é bem mais nova que a Maria da foto”.

- Bebe, Júnior – ele tomou o refrigerante e ficou aguardando ela falar. Ele bebia lentamente o dela, olhando pra ele de vez em quando, esperando que ele reiniciasse a conversa.
- Então qual é seu nome?
- Vania
- Pode continuar a explicar, Vania?
- Sim... – ela tomou mais um gole do refrigerante e continuou – Minha irmã não mora aqui, ela é de outra cidade. Está vindo prá cá de vez e resolveu comprar um apartamento pequeno. Seu pai tinha anunciado a venda nos classificados...
- É. Era o apartamento de minha mãe...
- Pois bem, então ela se comunicou com ele algumas vezes e ficou resolvido por telefone que era viria aqui neste local, para conhecerem a casa e providenciar a documentação. Maria mandou suas fotos e marcaram o encontro aqui. Ela não conseguiu chegar hoje e mandou-me em seu lugar...
- Ah... agora entendi – falou ele meio decepcionado.
- E agora, está explicado?
- Está. Você quer mandar algum recado para o meu pai? – falou desanimado.
- Não acha melhor que eu telefone pra ele? Ele nem precisa saber que você veio no lugar dele...
- Você deve estar achando que eu sou...
- Não acho nada não, Júnior. Gostei de ter te conhecido...
- Mesmo?
- Mesmo. Você é uma pessoa encantadora!
- Então podemos nos ver de novo? – Sentiu que podia Ter esperanças e animou-se.
- Podemos, claro!
- Quando?
- Não sei, Júnior. Marcamos depois. Me liga?

Era tudo que Júnior queria ouvir. Seu coração batia descompassadamente

- Ligo. Quando?
- Pode ser hoje à noite. Gosta de dançar? Que tal dançarmos hoje?
- Adoro dançar, sim. Hoje? Sim! Hoje.
- Então já vou


- Quer carona?
- Não obrigado, Estou de carro.
- Então te ligo lá pelas 20 h. está bom?
- Tá ótimo. Te aguardo

Despediram-se. Júnior agora era o homem mais feliz do mundo. Tinha certeza que tinha encontrado a mulher da sua vida. Não foi a Maria que ele encontrou. Foi muito melhor: encontrou a mulher que balançou seu coração.



Rose de Castro
A ‘POETA’


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui