É noite. O céu azul, límpido, nos encanta,
Num quadro cuja beleza jamais vi tanta,
Estrelado...
E me faz pensar que dessa tão bela raridade,
Por muita gente, nem mesmo, o fato há de
Ser notado...
Um espetáculo único, de tal encantamento,
Capaz de transformar, num só momento,
O estado de espírito de um poeta,
Tornando-o em alvo da mais completa
Emoção,
A observar todo esse brilho comovente,
Sentindo algo de novo, diferente,
Qual canção
Que, ao som de violinos fora ouvida,
Deixando a alma leve, comovida...
E fico, por longo tempo, os olhos atentos,
Envolto em mui profundos pensamentos,
Qual tivesse
Sido, por tudo isso, talvez hipnotizado,
A contemplar o céu, feliz, muito enlevado,
Como quisesse
Eternizar essa visão serena, apaixonante,
Da qual é um privilégio estar diante,
Porquanto, musa minha, é como se entre elas
Tu estivesses, a mais brilhante das estrelas
Que já vi...
A adornar, sempre refulgente e majestosa,
O firmamento, com tua luz maravilhosa,
Porque a ti,
Do mais intenso brilho, dotou a natureza,
Para que tenha, a minha pena, a destreza
De descrever, com uma precisão notável,
Este poder de sedução incomparável
Que vejo
Tanto naquelas estrelas mais brilhantes,
Quanto em teus olhos ternos, fascinantes,
De desejo...
Um desejo que, enfim, compartilhamos,
Posto que, intensamente, nos amamos.
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