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Poesias-->REMINISCÊNCIAS DO SERTÃO -- 08/03/2004 - 15:37 (TANCREDO A. P. FILHO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Em todo final de tarde se assentava,

no banquinho à porta da sua casa,

a mocinha que de cantar, gostava

procurava imitar um rouxinol

que naquela tarde tanto encantava,

com um tão belo pôr do sol.



Que cena linda era aquela serra,

perto do pequenino sítio,

ora verde, ora loirada,

por causa duma poeira dourada,

que ao passar duma boiada

levantava bem devagar

e, do canto do vaqueiro,

o som dolente, se fazia escutar.



E com essa sonora melodia,

que ecoava tão plangente,

sempre ao final de cada dia,

muito calmo, tão docemente,

excitando o amor a Deus!...

Parece até que uma andorinha,

pousando na torre da capelinha

ia contrita rezar a Ave Maria!...



E a mocinha assim pensava,

-Deve ser tão diferente,

o mundo quando se agita,

na direção do ocidente...

Ao transpor o horizonte,

rumo a qualquer direção,

ao oeste ou ao sul!...

é chegar no paraíso!...

é entrar no céu azul!...



Quando se punha a meditar,

se fitava no poente, as pompas

do majestoso astro rei,

na cor do ouro a se reclinar!...

- “Quem sabe, essa grandeza,

inspirasse o culto incásico

de mulher ao sol ofertar?!”



O dia todo pela estrada

passava gente, passava

pra os garimpo sorrateiro

e, quando feliz murmurava

vinha logo se apresentar

o seu tipo de vaqueiro

ou sua riqueza ostentar.



E a moça a isso tudo via

mais triste ficava o dia a dia

no fundo do seu coração.

- Todo mundo vai embora

só naquela direção...

de tristeza a gente chora,

neste longínquo sertão!...



Certo dia... eis que chegara

o que ela mais sonhara,

ir bem para longe... viajar...

ser alguém muito importante

e, no palco da vida brilhar...



Foi... caminhando...

passou por terras distantes,

Tal uma cigana a vagar,

mas de ouro ou pedras fatais

com riquezas deslumbrantes

não encontrara jamais!...



Elas ficaram em seus sonhos,

na terrinha sossegada

aonde passavam as boiadas

espantado a solidão.

Era naquela serra tão linda

onde o pôr do sol redoirava,

que a paz de céu se encontrava,

em seu querido sertão!...

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