O homem olha a terra e pensa,
acaso toda a terra
é a Terra Prometida e,
mais uma vez se lança ao dissabor.
O homem sonha e ama
e com a história dos seus sonhos,
colhe os frutos do amor.
Colhe os frutos não pendentes,
cujas sementes não conta,
no sulco do desamor.
O homem em terra agreste,
lança a semente sem esperança,
a terra obediente, mas sem vontade,
devolve somente o amargor.
Porque agreste, vazia,
a terra aberta e passiva,
flui em vida decidida e lassa
cheirando à umidade indefinida,
serena, horizontal,
a vida inteira passa.
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