Porque me destes alma de poeta
e me fizestes provar do teu saber,
da árvore do bem e mal fazer,
impossível, Iavé, que eu me submeta.
Vou subir aos telhados, qual profeta
possesso do teu verbo, e repreender
o crime, a mentira e o poder
que em Canaã e em teu nome se cometa.
É crime o que os filhos de Israel
cometem contra os filhos de Ismael!
É crime e é mentira! E não é teu
o poder de oprimir o inocente.
Até quando, Iavé, impunemente,
a chacina do povo Filisteu?
Que divino sarcasmo anda encerrado
no nome deste povo Filisteu.
Expulso, perseguido, massacrado
por Israel – nem é feliz nem teu!
Que prepotência a deles! Que injustiça
a desses sionistas europeus
e norte americanos que a cobiça
leva a roubar a terra... que os hebreus
lhes teriam legado, há dois mil anos!...
E em teu nome, Iavé, e tu consentes,
injusto Deus, em todos os seus planos
de genocídio infame de inocentes!
Até quando, Iavé, o feito infausto,
até quando este crime, este holocausto? |