Se por cada alegria breve e justa,
Por cada curto gozo que se sente,
Nos cobra a vida assim tão deprimente
Paga... tão vil, tão dura e tão injusta...
Se o mais leve deleite tanto custa...
E se sabe tão bem parar a gente,
Num sono mais ou menos permanente,
Porque será que a morte nos assusta?
Se só nela encontramos, afinal,
Descanso e lenitivo natural,
Donde nos vem temer sepultura?
Que incógnito desígnio ou divindade
Nos faz fugir à paz da eternidade
E preferir esta total tortura?... |