Meu amor que em plena madrugada,
vigia o teu sono e teu deleite.
Caminha sem pressa enquanto o peito
treme e fala baixo à lua simulada.
Meu amor é imenso, isso não minto,
beija terno, de desejo tem fome
mas, nunca minha vida consome,
sente o vago e o pleno do que sinto.
Meu amor fiel na dor que se condensa,
anda só, a esmo, nesta noite imensa
sem descobrir a dor do teu partir.
Meu amor, andarilho, cão sem dono,
afago do poente, fábula do outono,
sem medo de viver, sem medo de existir.
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