Outro soneto da juventude. O empolado e laborioso do estilo aponta para as verduras da mocidade. Transcrevo-o aqui mais para matar saudades...
Nada me basta, nada me contenta...
Sucessos de hoje, risos, paixões, fama,
Breve serão olvido ou serão lama...
Passado que se esquece ou se lamenta.
E quando alguma esperança me acalenta,
Efémera, fugaz, frívola chama,
Se a realizo já me não inflama
Esvai-se em sombra fria morrinhenta.
Só dura um mal neste devir diverso...
É este imenso e persistente tédio
Que me acampanha diligente e nédio...
Ou maldição dalgum poder perverso,
Ou garra, ou eco, ou sombra dum destino
Que me traçou algum poder divino. |