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Cordel-->Sugestão/Mote: A Economia Vai Bem -- 23/09/2005 - 16:29 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

BRAVATAS E METÁFORAS ECONÔMICAS
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

A economia vai bem, disse o nosso presidente. Só não disse para quem. O discurso é reticente. Cantiga de galo velho. Não há mais quem agüente. A menos que aliado. Amigo, alienado; ou simplesmente parente. O povo, até agora, continua todo de fora. Ainda não ganhou nada. Nem arroz e nem feijão. Nem sardinha enlatada. Pois o tal do “Fome Zero”, parece, não de em nada. Acabou em marmelada. Ou em pizza congelada.

A economia vai bem, disse o nosso companheiro. Ao gosto de todo banqueiro. Do capital estrangeiro. O Banco Central quem garante. O juro sempre adiante. Subindo que nem balão. A demanda reprimida. O controle da inflação. Superávit primário. Pra garantir o salário. O juro do agiota. E dizem que Deus escreve. É certo, por linhas tortas.

A economia vai bem. O Brasil saiu do coma. Já respira sem aparelho. Já não se vê carcinoma. E o país acontece. Na ONU, no exterior. Aqui dentro, um horror. Espetáculo do crescimento. Crescimento pra que lado? Com o dinheiro garfado. Do bolso do aposentado. Pra acabar de uma vez. Com o déficit da Previdência. Famosa por tanta fila. Simbolizando a ordem e o progresso. Retrocesso na gerência. Não por falta de aviso. Reformar não é preciso.

A economia vai bem. O risco é bem pequeno. A bolsa também cresceu. Em pontos percentuais. As rendas são desiguais. De Marília e de Dirceu. O Chapeuzinho Vermelho. O boné do presidente. Foi brincar com o sensato. Se perdeu dentro do mato. De quem é esse nariz? Póde ser o do Pinóquio. Pra que serve esse nariz? Para dar o ultimatum. Na CPI do Waldomiro. Do jeito de Pôncio Pilatos. Lavo sempre minha mão. Sou contra investigação. Seja em qualquer comissão. Na CPI do Correio. Do Bingo ou do Mensalão. Todo mundo joga pedra. Gritando pega ladrão. E o povo não entende. Por que tanta discussão? Intriga da oposição? Todos acusam todos. E todos têm razão.

A economia vai bem. Bem melhor pro outro lado. Do sistema financeiro. Que produz muito papel. Boato e lero-lero. E ganha muito dinheiro. Por conta, naturalmente. De um outro presidente. Aquele, do Banco Central. Que é muito exigente. Com a moeda nacional. Mas muito benevolente. Com a turma do capital. E viva o Banco Central. O eterno guardião. Defende nosso Real. Das garras da inflação. Inflação que não existe. Mas o governo é prudente. Diz que é gato escaldado. E cumpre com sua parte. Mantendo o juro aumentado. Para conter a demanda. A demanda reprimida. Como se a população. Tivesse a renda acrescida. Das perdas da inflação. E que o pobre servidor. Com um por cento de aumento. Pudesse correr às compras. Pra garantir seu sustento.

A economia vai bem. Poucos estão satisfeitos. Todos ele são suspeitos. Escondem, por certo, os defeitos. Do juro que é aumentado. Pelo nosso Banco Central. Só de janeiro a agosto. Um rombo fenomenal. Verdadeiro Carnaval. Cento e dez bilhões de reais. A culpa é da Selic. A taxa é vaidosa. Anda de sapato alto. Salto de 19 pontos e meio. É a maior do mercado. Do mercado mundial. Dos países emergentes. De todo o globo, afinal. A taxa é campeã. Não existe nada igual.

A economia vai bem. Na área de exportação. Apesar de que as estradas. Estão bem abandonadas. E todas esburacadas. Gasta mal nosso governo. As receitas arrecadadas. Custos altos, são jogados. Pelos ventos nas estradas. Desperdícios de montão. Não se fala em importação. Outro lado da moeda. Que merece atenção. Não basta só exportar. O mercado tem duas mãos.

A economia vai bem. Mas poderia ser melhor. Se houvesse mais atenção. Com o aumento do emprego. Da renda da população. E houvesse investimentos, na área da educação. E menos corrupção. Prendendo todo ladrão. Investir na segurança. Em prol da população. Que anda com fome e doente. Faltam arroz e feijão. Assistência social. Previdência na contramão. Sem rumo, adormecida. Falida, dilapidada. Ingerência presumida. Saúde comprometida. Devedores, sonegadores. Todos, nela, metem a mão. Há desvios de recursos. Falta fiscalização. Falta vontade política. E boa administração.

A economia vai bem. O social anda mal. Pra que serve a economia, afinal? Pagar juros, eternamente? Aos donos do capital? Ao credor nacional? Agiota internacional? Não tem graça, presidente. Assim. o país fica doente. Sem renegociação. Dessa dívida indecente. Não há cristão que agüente. Não há reforma que dê jeito. Não andaremos pra frente. Um pouco mais de respeito.

Reformas são necessárias. Depois da renegociação. Limpeza de todo o Estado. O lixo para o latão. Reforma se faz com o povo. Dando sua opinião. Se não, volta tudo de novo. As malas no avião. Cuecas dolarizadas. Aumento da inflação. E ninguém sabe de nada. A culpa é do tesoureiro. Ou então do denuncismo. Despesas de eleição. Ou excesso de cinismo. Vamos dar um basta nisso. E prender todo ladrão. Com mandato ou sem mandato. De gravata ou de macacão.

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