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Artigos-->Ultrapassamos Todos os Limites -- 10/06/2002 - 12:28 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ULTRAPASSAMOS TODOS OS LIMITES

(por Domingos Oliveira Medeiros)



Não dá mais prá esconder e não pode ser negado. O Estado de direito, por omissão ou defeito. Por negligência ou cansaço. Descuidou-se e abriu espaço. Para o crime organizado. Pode ser a gota d’água. Quem chora seus males espanta. E agora não adianta. Chorar o leite derramado. Traficantes andam soltos. Ilesos, pelas cidades. Atiram em todo o mundo. Em velhos e em crianças. Em gente de todas as idades. São cada vez mais ousados. Não temem nem a Justiça. Da cadeia acham graça. Entram e saem a qualquer hora. Por um gole de cachaça. Fazem de lá seu escritório. Com telefone celular. De lá comandam o tráfico. De lá eles mandam roubar. Quando roubam ainda bem. Mas a coisa vai além. Às vezes mandam matar. Matam civis e militares. Matam ricos e pobres. Políticos e autoridades. Prefeitos e similares.



E a coisa vem crescendo. Passam os dias e os anos. Ninguém parece atentar. Nada se faz a respeito. Parece, não tem mais jeito. Só se fala em eleição. Quem está na frente ou atrás. Quem está em cima ou no chão. Assim dizem as pesquisas. Pesquisa de opinião. E não aparece ninguém. Que queira prender o ladrão. Que anda solto à vontade. Seqüestrando e roubando. Andando pelas cidades. Sem medo de ser autuado. Polícia ninguém conhece. Não se sabe onde anda. Muito menos quem comanda.



E quando a polícia é decente. Que prende o criminoso. Tem gente que fica nervoso. Acha que houve exagero. E começa o destempero. Pelos direitos humanos. Põem a culpa na polícia. Por erros e desenganos. E lá se vai o bandido. Novamente em liberdade. Andando pela cidade. Enquanto o cidadão. Fica sem a proteção. Essa é a grande verdade. Agora a coisa aumentou. E sofremos muitos golpes. Traficantes torturam e matam. O jornalista Tim Lopes. Um homem de tantas lutas. Pela decência e liberdade. Que tanto investigou. E tanto denunciou. E que justamente por isso. Assassinado acabou.



E a censura voltou. A censura que foi imposta. A censura pela força. A censura que intimida. A pior censura de todas. A censura que cala a imprensa. Em plena democracia. A censura que alicia. Agentes policiais. Que matam soldados honestos. Atiram em delegacia. Afrontam todos os poderes. Constituídos ou não. Quebrando todos os direitos. Em vésperas de eleição. E não se vê um combate. Ao crime ninguém rebate. Só há discursos, promessas. Fazendo sempre alusão. Ao óbvio e ululante. Dizendo que ela ultrapassa. Os limites da razão. Mas logo em seguida esquece. E volta a velha rotina. A violência só cresce. Ninguém combate, elimina.



A morte do jornalista, foi prá mim a gota d’água. É o fim da liberdade. Deixou tristeza e mágoa. É o fim da segurança. Abala a democracia. Acaba com a esperança. É o máximo da covardia. De quem tem a responsabilidade. De governar a cidade. De governar a nação. Não basta subir no palanque. À cada nova eleição. Prometendo o impossível. Sem ter uma solução. Sem poder cumprir a missão. Há tempos que a coisa está feia. A corrupção anda solta. E não tem ninguém na cadeia. Que por sinal anda cheia. De criminoso comum. De quem é ladrão de galinha. Pois preso que é perigoso. Não tem medo de prisão. Fica lá por pouco tempo. E sai até de avião. Ou de lá comanda o tráfico. Pelo próprio celular. E quando está insatisfeito. Promove a rebelião. Faz acordo com o governo. Queima a cama e o colchão. E logo é transferido. E logo sai da prisão. Levando a sensação. De ter o dever cumprido.



E tudo isso acontece. Por causa bem conhecidas. Que a gente sempre esquece. Há tempos que a impunidade. Virou rotina banal. Cantiga de Carnaval. A lei protege por exemplo. Aquele parlamentar. Que mata ou manda matar. E não responde a processo. Pois os colegas no Congresso. Costuma não autorizar. É o que se diz na cidade. É o que se costuma falar. É a tal da imunidade. A imunidade parlamentar.



E esses próprios deputados. Quando se sentem ameaçados. Procuram logo uma solução. Caneta e papel na mão. Elaboram um novo projeto. Prá impedir que os promotores. Cumpram bem sua missão. Fazendo o seu trabalho. De muita investigação. Descobrindo falcatruas. Apontando o ladrão. E denunciando ao povo. Quem rouba esta Nação. Por isso alguns deputados. Que se sentem incomodados. Tomaram logo posição. Fizeram a lei da mordaça. Prá calar os promotores. E todos os procuradores. Só depende de aprovação.



E assim vamos todos nós. Vendo a coisa acontecer. Quem rouba galinha vai preso. Mas quem mete a mão em milhões. Não há vagas nas prisões. E o processo na Justiça. Anda pouco e leva tempo. Até transitar em julgado. Até seu esquecimento. E ninguém é condenado. O festival da CPI, ninguém me deixa mentir. Mas serve de mal exemplo. Quase sempre não dá em nada. Parece até marmelada. Juntam-se indícios e provas. Muito papel acumula. E no final da conversa. Tem muita que gente que grita. E aquele que fica calado. E depois de tanta balbúrdia. O relatório é rejeitado.



E quando se pega alguém. Bisbilhotando o cenário. Da votação em segredo. Daquele painel do Senado. O regimento é lembrado. Basta abrir mão do mandato. E fica livre o culpado. E tudo tá resolvido. De novo ele é candidato. E já é o mais votado. Para a próxima eleição. E volta pro mesmo canto. Prá ensinar a lição. E assim os anos se passam. E assim se faz a eleição. E cada governo que entra. Aumenta mais a despesa. A conta já aumentou dez vezes. E ninguém é incomodado. Pois tudo que se faz no governo. Fica por conta do fiado. E a gente desempregado. Por tudo que foi emprestado. É quem paga a transação. E tem que ficar calado. E ainda dar graças a Deus. Pelo fim do apagão. Saímos da escuridão. E já podemos assistir. A nossa televisão. E ver meio desconfiado. O pouco que é jogado. Pela nossa seleção. Apesar do resultado. Que engana toda a Nação. Parece até coisa armada. Primeiro o pênalti que não foi marcado. E depois com a China. Veio aquela goleada. .



DOM 10 de junho de 2002

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