Descreverei algumas coisas,
sobre as estações do ano,
que são perfeitas, são adoráveis,
é uma sucessão de eventos agradáveis.
Primavera, verão, outono, inverno,
que se renovam em beleza e cor,
obedecendo a um ciclo eterno,
determinados pelo Supremo Criador.
- O amanhecer de um dia diferente,
prenúncio de uma nova estação,
ar enfumaçado, sol mais quente.
Enche toda terra, enche o coração
com a mais linda primavera,
enche a alma de esperança,
enche de alegria e quimera.
- Ainda não choveu e, os cafezais
carregados de flores são os primeiros
a darem os seus frutos, na bela estação.
Tudo se renova entre vegetais,
nos renovam e nos traz inspiração,
se encanta com belezas tais.
- A chuva então chegou,
em cima do solo o arado,
surgem brotos de uma plantação,
à luz do sol, o ar purificado.
A natureza é pródiga em cores,
tudo é beleza de pura emoção,
é alegria, são primores.
- O milharal empendoado,
com o feijoal ao seu pé enliçado,
grande colheita se augura.
Bezerros recém nascidos são tais,
para engorda nos vastos capinzais,
vacas vão dar leite com fartura.
- Névoa no monte além, sol se desfazendo
e, a paisagem tão linda aparecendo,
com suas árvores formosas,
de folhas amareladas que vão caindo,
o laranjal em pejo se despindo,
das douradas frutas saborosas.
- O grande trabalho já se reanima,
é chegada a hora,
vamos trabalhar com fé,
é tempo do desfaz na oficina,
sinto o cheiro da farinha a torrar,
no coador vão passando o café,
um repentista se põe a cantar.
- O pó vai cobrindo a plantação,
as muitas folhas secas caídas,
atapetando o chão.
São mexidas pelo um vento frio,
os verdinhos canaviais,
despontando entre os secos matagais,
quadros sorridentes à beira do rio.
- Rodas dos carros de bois,
que vão gemendo pela estrada,
carros cheios de cana, já apontada,
pronta para entrar na moenda,
ao longe rescende o mel do tacho,
mexido pela mulher de cacho,
de saia comprida e blusa de renda.
- A terra, – seja no verão, na estiagem,
na neve ou no rigor da geada,
sempre apresenta os encantos seus.
As estações com as suas variedade,
demonstram a eloqüente verdade,
das divinas e sábias leis de Deus!...
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