Poesia
Que nasce aos poucos, em pensamento
Dentro da gente.
No interior de sua mãe, a inspiração
Agasalhada no ventre.
Fruto de um amor que a gente sente
Por um instante.
Por quem se foi, por quem chegou
De repente.
Poesia
Também te vejo por detrás da lente
Em fotografia.
Retratando aquele momento, que é único
E para sempre.
O momento de um choro ou de um suspiro
De tristeza ou de alegria.
De uma realidade.
De uma fantasia.
Ou de ambos. Que diferença faria?
Poesia
Também te vejo como uma filha.
Que cresce e logo parte, deixando a casa vazia.
Reproduzindo o nosso ser. O nosso querer.
O nosso amor de um dia.
Assim, procrias
E nascem novas poesias.
Novas tristezas e tantas alegrias.
Assim é a vida.
Comprometida. Com a dor da nostalgia.
Da partida e da chegada. Da despedida.
Poesia
Eu te batizo agora
Teu nome, para mim, será Maria.
O nome de todas as mães.
O nome que ampara e que protege
O nome que, por certo, tu preferes:
Maria.
O nome de todas as mulheres.
Domingos Oliveira Medeiros
Em 17 de fevereiro de 2003
