Por vezes, a voz que nos acalma,
Que nos traz a alegria ao coração,
É a mesma que, por qualquer, ou sem razão,
Deixa-nos em agonia a alma,
Quando se cala, ante a sensação
De que já não mais cabe a si dizer
Coisa alguma e passa, então, a crer
Na idéia de que, em nós, a emoção
Sentida em virtude de sua ausência
Seja a melhor que nos possa fazer,
Sem, ao menos, questionar, no entanto,
O que deva advir de tal, nem quanto,
Talvez, venhamos a sofrer,
Face a tão desventurada experiência.
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