Um Mini-Conto de Fadas
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Pegou todas as informações por telefone. Anotou tudo que era necessário. Juntou toda a documentação exigida. Precisava resolver aquele problema , que já vinha se arrastando há tempos.
E chegou ao ponto de ensaiar algumas frases que iria usar na hora em que fosse atendido.
Frases que pudessem causar impactos. E que ajudassem na resolução do problema.
Frases bem elaboradas, e que iriam servir, por certo, de argumentação consistente a favor de seus interesses mais imediatos. Contribuindo para a solução daquele problema; que se mostrava muito importante para ele.
E assim, o rapaz foi para o local indicado no endereço.
Confiante, levava a pasta, abraçada ao peito, com toda a documentação exigida.
Adentrou na sala onde seria atendido. Uma pequena fila se formava junto ao balcão de atendimento. Ele tomou sua posição, até então, derradeira.
Outras pessoas iam chegando, aos poucos. E a fila crescia. Até que chegou sua vez.
Curiosamente, não se lembrava mais do porquê de sua presença naquele lugar. Um “branco”. Uma falta de memória repentina causou-lhe breve esquecimento. Não sabia para que servia a pasta que ainda carregava abraçada junto ao peito.
Só tinha a certeza de uma coisa: estava como que hipnotizado; enfeitiçado.
Seu sorriso, seus olhos e seus gestos. Seu “tudo” atraía toda a sua atenção.
