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Cartas-->A Paz Ainda e Sempre - Dialogando com o amigo Carlos Gama -- 16/02/2003 - 12:16 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Paz Ainda e Sempre - Dialogando com o amigo Carlos Gama

Recebi do amigo e escritor Carlos Gama, um texto intitulado "Temores Inúteis", cujo conteúdo reproduzo ao final desta pequena carta que enviei para o referido escritor.


Carlos,


Acrescentaria ao teu texto maravilhoso que outras guerras, não menos horrendas, acontecem bem visíveis aos nossos olhos...guerras cruéis (se é que existe como medir a dor e a destruição do homem pelo homem) que dizimam crianças, adultos, idosos...enumerá-las não seria tão fácil. Detenho-me a uma delas: a da inanição afetiva. Uma guerra que mata silenciosamente, sem alardes, sem sangue à mostra, sem carnificinas ou corpos para serem contabilizados. Uma guerra cuja arma química somos nós que fabricamos, criamos e mantemos. Uma guerra que poderia ser contida e evitada apenas com um olhar, um sorriso, um abraço ou simplesmente com uma palavra de carinho. Essa, que para ser debelada, não nos exige recursos materiais e/ou financeiros. Essa, que no final de tudo, é a origem de todas as outras que se espalham no mundo.
Compartilho da tua indignação e da tua voz eloquente que registra o livre arbítrio,do qual é o homem possuidor e que o faz ainda escolher o caminho da dor para a aprendizagem e evolução.
Bom seria que conseguíssemos também refletir sobre essas pequenas guerras que nos rodeiam e das quais somos artífices silenciosos...
Que possa a tolerância e o bom senso guiarem os destinos de todos nós...e que seja o amor pelo semelhante, motivo maior dos nossos interesses.

Carinho,

Fernanda Guimarães
Em 16.02.2003





Temores Inúteis


Estamos todos temerosos com a possibilidade de mais uma guerra mundial.

Temores, apenas temores!

Outras guerras aconteceram e muito pouco nos ensinaram.

O tempo passa rápido e a memória humana é curta, muito curta!

A indiferença, a ganância, o egoísmo e outras propriedades inerentes à alma humana sempre estarão presentes nessa nossa fase de aprendizado primário. São essas propriedades que sustentam as guerras e outras carnificinas sociais, porém, só nos damos conta disso quando a ameaça se aproxima de nós.

Há momentos em que o tempo já passou, deixando suas marcas, e algumas conseqüências são inevitáveis. Talvez seja esse um desses momentos.

Os Romanos do Século XX e XXI aí estão, às portas de novas cidadelas, como estiveram no século passado, tentando saciar a sua sede de poder e de riqueza, sem medidas e sem qualquer respeito pelo semelhante. O preço a ser pago vai ser alto, cada vez mais alto, mas a história do homem se repete, enquanto ele não aprender a mais importante lição desta permanência terrena: O AMOR.

O amor incondicionado, pela própria vida e pela do semelhante.

O caminho desse aprendizado pode ser por Amor ou pela Dor mas, parece que escolhemos sempre a segunda trilha.



Carlos Gama. www.suacara.com

15 de fevereiro de 2003 – 13: 54 hs



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