As palavras são o barro
que se amassa
se molda e se conforma.
O poema, o pucarinho
que se acaba...
Quando os deuses assistem,
o poeta
cria do barro das palavras
arte inteira - o poema. - é artista.
Se não, só saem versos
e o poeta
é apenas artesão.
Oleiros todos são.
Amassam,
moldam,
formam e deformam
para amassar de novo...
que o barro das palavras
é rebelde
tem carácter,
vida própria...
e às vezes
não se compadece
das mãos do pobre oleiro
que o aquece... |