De tirar-me do peito, quem houvera,
Essa dor lancinante, que aflige,
Esse enorme peso, que me exige
Um descomunal esforço, quem me dera...
Ter, da adivinhação, o dom... talvez
Saber de ti, então pudera,
Pondo, enfim, termo a essa quimera
Em que tornou-se o amor que se desfez.
Porque, desde o instante em que partiste,
Ao certo, não me é dado saber,
Mesmo que muito tempo eu reflita,
Se virá o dia em que me permita
A saudade, que eu volte a viver...
Se um resto de esperança ainda existe.
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