Na vez primeira que meus olhos
Encontraram teu inebriante olhar,
Confesso que me apaixonei
Pela mais bela jovem que eu já vira,
Capaz de tão loucas paixões provocar,
Como em tempo algum imaginei...
Inda te vejo.
Em mui raras ocasiões tornei a ver-te
E, a cada uma, o fogo desta paixão
Que, sem culpa, sem dolo qualquer,
Tu punhas dentro do meu coração,
Lenta e inexoravelmente consumia
Minh’alma, repleta de emoção
E de desejo.
Foram tempos de grande desespero,
Em que, perdidamente apaixonado,
Não tinha um só minuto de sossego,
Quisera estar todo o tempo a teu lado,
Mas não quis assim o destino, e eu
Tinha o amor que não vivi, selado
Por um beijo.
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